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Deputado quer barrar prisão de candidato 8 meses antes da eleição

Mudança, já chamada de "emenda Lula", altera o Artigo 236 do Código Eleitoral, que proíbe a prisão 15 dias antes do pleito

"Sabemos que emenda se destina a salvar Lula", diz procurador da Lava Jato (Nacho Doce/Reuters)

"Sabemos que emenda se destina a salvar Lula", diz procurador da Lava Jato (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de julho de 2017 às 22h17.

Última atualização em 15 de julho de 2017 às 22h22.

Curitiba - O relator da reforma política na Câmara dos deputados, Vicente Cândido (PT-SP), quer incluir em seu relatório uma proposta que impede, a partir da eleição de 2018, a prisão de candidatos até oito meses antes da eleição. A mudança, já chamada de "emenda Lula", altera o Artigo 236 do Código Eleitoral, que proíbe a prisão 15 dias antes do pleito.

À coluna do jornal o Estado de S. Paulo, Vicente admitiu que a nova regra beneficia Lula e que foi pensada para “blindar” não só ele, mas políticos investigados.

O procurador regional da República Carlos Fernando dos Santos Lima, integrante da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba, criticou a proposta. "'Emenda Lula'. Agora os deputados querem impedir a prisão de um acusado após a decisão condenatória de um tribunal. Sabemos que isso se destina a salvar Lula, pois ninguém realmente acredita que a sentença do Dr. Sérgio Moro será revertida", escreveu o procurador no Facebook.

O juiz Sérgio Moro impôs ao ex-presidente Lula condenação de 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso tríplex.

"Mas com certeza há muitos outros interessados no próprio Congresso Nacional. Essa é a última invenção dos ilustres deputados. Esta legislatura que se encerra em 2018 será conhecida na história pela atuação bizarra e sem limites quando se trata dos próprios interesses. Temos que impedir que a pretexto da reforma política, estejam tentando livrar condenados da prisão. E depois, em 2018, não reeleger ninguém que tenha participado dessas tentativas", afirmou o procurador da Lava Jato.

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