Brasil

Deputado entra com representação na PGR por liberação de emendas

Chico Alencar (PSOL-RJ) declarou que a liberação de emendas se transformou em balcão de negócios para que o governo consiga garantir votos contra a denúncia

Chico Alencar: "É nosso dever submeter à consideração do fiscal da lei, o MP" (Laycer Tomaz/Agência Câmara)

Chico Alencar: "É nosso dever submeter à consideração do fiscal da lei, o MP" (Laycer Tomaz/Agência Câmara)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de julho de 2017 às 19h04.

Brasília - O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) protocolou nesta segunda-feira, 17, na Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de investigação contra o presidente Michel Temer.

O parlamentar alega que a liberação de emendas parlamentares se transformou em "balcão de negócios", já que a intenção do governo seria garantir votos contra a denúncia por crime de corrupção passiva.

Levantamento obtido pela reportagem mostra que apenas nos 13 primeiros dias do mês foram empenhados quase R$ 2 bilhões em emendas.

A representação aponta os possíveis crimes de obstrução da Justiça, corrupção passiva, concussão e improbidade administrativa e diz que "todo e qualquer uso de verbas públicas para se blindar de investigações acaba por configurar desvio de finalidade".

"Há emendas que são piores que o soneto da mera liberação de recursos orçamentários aos deputados. Caracterizam evidente compra de votos, com consequências de obstrução à Justiça, no caso. É nosso dever submeter à consideração do fiscal da lei, o MP", afirmou Alencar, que é vice-líder do partido.

As emendas parlamentares são os principais recursos destinados a deputados e senadores para que eles possam viabilizar obras e benfeitorias em seus redutos eleitorais.

Ao todo, cada parlamentar pode apresentar até 25 emendas individuais. O valor total previsto para emendas este ano, após o corte no Orçamento, é de R$ 6,3 bilhões, o que dá cerca de R$ 10,5 milhões para cada parlamentar.

Pelas regras das emendas impositivas, todos os parlamentares, independentemente de serem da base ou da oposição, têm o direito de receber o mesmo valor até o final do ano.

O governo, no entanto, tem o poder de controlar quando esses recursos serão empenhados.

Acompanhe tudo sobre:Governo TemerMichel TemerPartidos políticosPolítica no BrasilPolíticos brasileiros

Mais de Brasil

Brasil pode ser líder em aço verde se transformar indústria com descarbonização, dizem pesquisadores

Cassinos físicos devem ser aprovados até 2026 e temos tecnologia pronta, diz CEO da Pay4fun

Com aval de Bolsonaro, eleição em 2026 entre Lula e Tarcísio seria espetacular, diz Maia

Após ordem de Moraes, Anatel informa que operadoras bloquearam acesso ao Rumble no Brasil