Brasil

Deputado do PP teria recebido R$ 159 mil de esquema, diz PF

Indícios foram descobertos pela Polícia Federal durante a análise do sistema de contabilidade paralela do Posto da Torre, em Brasília, do doleiro Carlos Chater


	Nelson Meurer: ele foi citado na delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa
 (Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados/Reprodução)

Nelson Meurer: ele foi citado na delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa (Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados/Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2015 às 20h45.

São Paulo - O juiz Sérgio Fernando Moro, responsável pelas ações da Lava Jato na Justiça Federal do Paraná, encaminhou ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, indícios do envolvimento do deputado federal Nelson Meurer (PP/PR) no esquema de lavagem de dinheiro e desvios na Petrobras.

Os indícios foram descobertos pela Polícia Federal durante a análise do sistema de contabilidade paralela do Posto da Torre, em Brasília, do doleiro Carlos Habib Chater.

Réu na Lava Jato, Chater é acusado de utilizar o seu negócio para lavar dinheiro e distribuir propinas a políticos indicados pelo doleiro Alberto Youssef.

Ao analisar a contabilidade, peritos da PF identificaram uma movimentação total de R$ 159 mil nas contas do posto registradas em nome de "Nelson" e de "Nelson Meurer", entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009.

Diante disso, a PF informou o juiz Sérgio Moro, que decidiu encaminhar o laudo ao Supremo Tribunal Federal para que avalie as medidas a serem tomadas.

Nelson Meurer foi citado na delação do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa como um dos 28 políticos beneficiários do esquema de propinas e corrupção na Petrobras.

O PP, sigla de Nelson Meurer, tem papel de protagonista no escândalo, segundo a investigação. A força-tarefa da Lava Jato acredita que os desvios na petrolífera ocorrem há pelo menos 15 anos.

Mas foi o ex-deputado José Janene (PP-PR), réu no processo do mensalão morto em 2010, quem organizou a corrupção na estatal, fazendo com que as cúpulas das siglas envolvidas fossem beneficiadas diretamente.

Nas palavras de um investigador, "Janene transformou a corrupção no varejo em esquema de organização partidária".

O modelo que ele teria criado consistia em concentrar a negociação e o pagamento de propinas num diretor, e não mais em vários agentes públicos dentro da estatal.

Janene foi também o padrinho político de Alberto Youssef e quem indicou Paulo Roberto Costa à diretoria de Abastecimento da Petrobras, em 2004.

Entre os 28 políticos citados pelo ex-diretor em sua delação, 10 são do PP, o partido com mais políticos envolvidos no esquema da Petrobras, segundo Costa.

O próprio Youssef, ao citar os políticos envolvidos no escândalo, afirmou a investigadores da Operação Lava Jato que "só sobram dois no PP".

A reportagem tentou contato por telefone com o gabinete de Nelson Meurer, mas ninguém atendeu.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCorrupçãoEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEscândalosEstatais brasileirasFraudesGás e combustíveisIndústria do petróleoOperação Lava JatoPetrobrasPetróleo

Mais de Brasil

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final