Deputado ajudou doleiro a chegar à Petrobras, diz PF
A PF suspeita que o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) "agendou uma reunião" entre Alberto Youssef e o diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza
Brasão da Polícia Federal: a PF investiga outros funcionários da estatal
(Wikimedia Commons)
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Da Redação
Publicado em 16 de maio de 2014 às 08h42.
São Paulo - A Polícia Federal suspeita que o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) "agendou uma reunião" entre o doleiro Alberto Youssef e o diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza.
Durante a Operação Lava Jato - investigação sobre esquema de lavagem de dinheiro que pode ter alcançado R$ 10 bilhões -, a PF interceptou no dia 18 de setembro de 2013 troca de mensagens pelo aparelho BlackBerry entre Argôlo e o doleiro tratando de um encontro com o diretor da estatal.
Consenza sucedeu ao engenheiro Paulo Roberto Costa, em 2012. Costa foi preso pela Lava Jato no dia 20 de março de 2014. Ele e Youssef são apontados como os líderes de uma organização criminosa que teria se infiltrado na Petrobras para desvio de recursos e corrupção.
A PF investiga outros funcionários da estatal. A longa sequência de contatos entre Argôlo e o doleiro faz parte de Relatório de Monitoramento Telemático enviado ao Supremo Tribunal Federal, instância que tem competência para investigar parlamentares.
Entre 14 de setembro de 2013 e 17 de março de 2014 o deputado e o doleiro trocaram 1.411 mensagens. Youssef trata o deputado por "LA" e este o chama de "Primo".
Eles citam Cosenza. Às 11h36 do dia 18 de setembro Youssef diz que "já liga" para Argôlo porque "está terminando uma reunião na prefeitura de Cubatão (SP)".
O deputado comenta que está com o substituto de "PR" - para os investigadores uma "provável referência à pessoa que substituiu Paulo Roberto Costa na Petrobras, José Carlos Cosenza".
O deputado pergunta ao doleiro se ele "tem algum assunto" para tratar com o diretor da Petrobras. "Temos vários assuntos lá", responde Youssef, "possivelmente referindo-se à Petrobras e às diversas operações de desvio de recursos que envolveriam as suas empresas de fachada utilizadas para distribuir o dinheiro ilegal".
A PF não imputa atos ilícitos a Cosenza, mas seu nome consta do relatório.
"Em seguida, aproveitando-se da proximidade de LA possivelmente com o atual diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, solicita que LA passe a seguinte mensagem: Diga a ele que você precisa fazer uma visita a ele para que te ajude com um amigo."
"Existem indícios de que LA agendou uma reunião entre Youssef e José Carlos Cosenza, possivelmente para tratar de algum assunto relacionado às operações de Youssef junto à empresa", afirma a PF.
O relatório mostra Argôlo pressionando o doleiro para arrumar dinheiro, segundo a PF. Revela contatos com empreiteiras. O diretor financeiro de uma delas, sediada em Salvador, teria repassado R$ 420 mil para a organização.
Conselhos
Youssef também dava conselhos políticos a Argôlo. No dia 9 de outubro, o deputado perguntou ao doleiro se deveria aceitar a vice-liderança do Solidariedade ou se aceitava participação na Comissão de Orçamento da Câmara.
"Pega a vice-liderança, você vai estar o tempo todo com o governo.
A Comissão de Orçamento é também muito boa, mas deve ser escolhida em outro momento, pois agora o importante é estar perto do governo", respondeu o doleiro.Argôlo não foi localizado ontem.
A Petrobras, em nota, declarou. "O diretor José Carlos Cosenza não conhece Alberto Youssef. Ele não manteve contato com o deputado Luiz Argôlo". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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O filme de Beto Brant, adaptação do livro homônimo, conta a história de três sócios de uma empreiteira - dois deles dispostos a se corromper para vencer uma concorrência pública e obter uma obra. O terceiro deles, honesto, acaba correndo risco de vida quando um bandido é contratado para assassiná-lo. O bandido, por sua vez, acaba se autonomeando chefe de segurança da empreiteira, chantageia os dois amigos e seduz a rica Marina, além de levá-la para experimentar coca na periferia.var galeriaLinkVideo = ;
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O filme dirigido por Cacá Diegues mostra um pouco da corrupção política antes da ditadura militar no Brasil. Jorge Ramos é ambicioso jornalista que faz de tudo para conseguir mais poder - e corrompe todos no sistema político de sua cidade. O filme traça paralelos com a história política do Brasil desde a revolução de 1930 até o início da ditadura militar. O primeiro golpe que Ramos dá é em um barão do café, a quem ele convence ser um homem de caráter e consegue casar com sua filha. Pouco tempo depois, com a queda de Vargas no pós-guerra, o jornalista engana o sogro e foge com a esposa para a capital. Em busca de uma rápida ascensão, ele recorre a chantagens e estelionato para conseguir o que quer. (O filme não possui trailer no YouTube)
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