Lula: o parlamentar também acusou o petista de pedir ajuda para "milícia" e disse que "quem tem milícia é bandido" (Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
Da Redação
Publicado em 8 de abril de 2016 às 20h39.
Brasília - O deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) acusou nesta sexta-feira, 8, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de vir a Brasília para atuar "no que faz de melhor: traficar interesses".
O parlamentar também acusou o petista de pedir ajuda para "milícia". "E quem tem milícia é bandido", disse.
A acusação foi feita durante discurso na sessão de debates do parecer do processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff na Comissão Especial do Impeachment da Câmara.
A sessão, que começou por volta das 15h30, já dura mais de quatro horas e é marcada por calmaria. Até as 19h40, 15 parlamentares tinham falado.
Em sua fala, Lorenzoni ainda defendeu o impeachment da presidente Dilma. O parlamentar opositor afirmou que votar contra o afastamento da petista é concordar com os crimes de responsabilidade que a denúncia do impedimento acusa a petista e outros que a presidente tenha cometido.
Deputados pró-impeachment e contrários ao afastamento de Dilma estão se revezando nos discursos.
A expectativa é de que a sessão só se encerre às 3 horas de sábado, podendo se estender até 4 horas da madrugada. Ao todo, 116 parlamentares se inscreveram para falar.
Linha sucessória
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), por sua vez, adotou a mesma linha de argumentação dos governistas, que têm focado a artilharia nos peemedebistas Michel Temer, vice-presidente da República, e Eduardo Cunha (RJ), presidente da Câmara, os próximos na linha de sucessão da presidência da República.
"A linha sucessória deste País, reconheçamos, vai de má aos piores", afirmou. Alencar acusou os defensores do impeachment de praticar "zelo orçamentário espetacular" somente agora, pois, no mais, preocupam-se, segundo o parlamentar, apenas com as próprias emendas orçamentárias.
O deputado do PSOL disse ainda que Dilma praticou, sim, estelionato eleitoral por não cumprir com o prometido em sua campanha pela reeleição, em 2014. Mas afirmou que a oposição também adotou a mesma prática.
Defesa
No fim da sessão, o advogado-geral da União, ministro José Eduardo Cardozo, deverá falar por 15 minutos em defesa da presidente Dilma.
O espaço foi autorizado pelo presidente da comissão, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), no início da sessão.