Michel Temer: presidente divulgou um vídeo em que dizia que a morte de Marielle era inadmissível e um atentado à democracia e aos direitos humanos (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reuters
Publicado em 16 de março de 2018 às 18h32.
Brasília - O presidente Michel Temer desistiu da viagem ao Rio de Janeiro, inicialmente prevista para o próximo domingo, e que marcaria um mês do início da intervenção federal na área de segurança no Estado, confirmaram à Reuters fontes palacianas nesta sexta-feira.
Temer tinha uma visita programada ao Comando Militar do Leste e faria, com o interventor, general Braga Netto, um balanço da intervenção até agora.
No entanto, o assassinato da vereadora do PSOL Marielle Franco, na noite de quarta-feira, fez com que o Planalto avaliasse que esse não era um bom momento e poderia parecer que o presidente estava tentando obter um ganho político com a tragédia, apesar de a viagem estar prevista antes da morte de Marielle.
Na própria quinta-feira pela manhã, Temer chamou uma reunião com ministros ligados à segurança e também seus principais assessores palacianos. Do encontro, saiu a determinação de que o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, que estava em Fortaleza, fosse diretamente para o Rio de Janeiro, com o diretor-geral da Polícia Federal e um representante da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), acompanhar a investigação.
No mesmo dia, Temer divulgou um vídeo em que dizia que a morte de Marielle era inadmissível e um atentado à democracia e aos direitos humanos. À tarde, em uma cerimônia com jovens, pediu um minuto de silêncio pela morte da vereadora mas, depois, foi criticado por ter deixado acontecer um evento com música e brincadeiras - "o mais alegre que já aconteceu no Planalto", segundo o presidente - na mesma hora em que Marielle era velada no Rio.