Enem: professor de Matemática Gabriel Miranda, do Descomplica, disse que a prova da disciplina deste ano estava mais simples do que a do ano passado (Ricardo Matsukawa/VEJA)
Estadão Conteúdo
Publicado em 12 de novembro de 2017 às 18h03.
São Paulo - O segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) teve questões inspiradas em situações do cotidiano e problemas atuais da sociedade nas provas de Matemática e Ciências da Natureza. Entre os temas que apareceram estavam o uso do celular no volante, o jogo "Campo Minado", técnicas de depilação a laser e Segunda Guerra Mundial.
De acordo com o professor do COC Felipe Ribeiro, a prova de ciências da natureza foi equilibrada. "Algumas questões exigiram mais cálculos, outras só raciocínio", diz.
Entre os temas abordados estavam biologia celular e molecular, ecologia, impacto humano no meio ambiente, piracema e depilação a laser. Na prova de física prevaleceu a física elétrica. Radiação, eletroquímica, termoquímica e reação orgânica e também integraram o conteúdo do Enem.
O professor de Matemática Gabriel Miranda, do Descomplica, disse que a prova da disciplina deste ano estava mais simples do que a do ano passado.
"A prova estava num nível bom, dentro do esperado do Enem. Caíram questões fáceis e algumas questões médias. A única surpresinha foi uma questão sobre razão de volumes. Também teve uma questão de função quadrática que o aluno precisava jogar no plano cartesiano para resolver."
Segundo Miranda, os temas que mais apareceram na prova de Matemática foram análise combinatória e probabilidade, além das tradicionais questões envolvendo razão, proporção e porcentagem. A prova também teve questões de geometria plana e espacial.
Para o professor de Física do Descomplica, Leonardo Gomes, não houve surpresas na prova deste ano.
Entre as questões que sempre aparecem, de acordo com ele, são as de indução eletromagnética. Por outro lado, os alunos poderiam ter dificuldade em uma pergunta sobre interferência de ondas, que, apesar de cair no ano passado, seria pouco comum estudar em sala de aula.
"Pelo menos nos últimos quatro anos as questões têm vindo sempre difíceis. Engana-se quem acha que só caem questões práticas do dia a dia. A prova de Física do Enem costuma ser bem conteudista, mas quem se prepara pelas (provas) dos anos anteriores vai estar preparado e consegue 'tirar de letra'".
Já para o professor de Química do Descomplica Allan Rodrigues, a prova veio excepcionalmente difícil. Ele destaca uma questão que aborda cromatografia, tema quase sempre visto somente no ensino superior. Outras questões estariam com texto ambíguo e "difíceis de ler".
"Tinha uma questão sobre eletroquímica que ocupava uma página inteira e seria impossível de resolver em três minutos. Eu mesmo demorei para resolver. O aluno certamente só de olhar já ficava impactado", disse.
Para o professor, mesmo os assuntos comuns em sala de aula tiveram outra abordagem no Enem deste ano e estavam difíceis, como as perguntas sobre química orgânica. No geral, ele acredita que a prova foi "injusta". "Um aluno mediano provavelmente vai ter uma péssima avaliação neste ano", conclui.