Delcídio do Amaral (PT) acena ao lado de Lula durante um comício em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul (Ricardo Stuckert/Instituto Lula/Divulgação)
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2014 às 17h33.
Campo Grande - A polarização entre PT e PSDB que, no âmbito nacional, teve troca de acusações sobre desvios na Petrobras, se repete na disputa pelo governo de Mato Grosso do Sul.
Delcídio Amaral (PT), que aparecia como favorito a vencer no primeiro turno, aparece agora numericamente atrás do adversário, em empate técnico com o tucano Reinaldo Azambuja, que tem 51% dos votos válidos contra 49% do tucano.
A situação eleitoral do petista começou a se alterar quando o nome dele foi citado nas investigações de supostos desvios da Petrobras. As notícias viraram a principal arma dos tucanos nos programas eleitorais de rádio e TV.
"Não deixamos de explorar isso em momento algum. No final do primeiro turno chegamos a usar um programa inteiro com as denúncias. Teve efeito, conseguimos conter o crescimento do adversário e aumentar a rejeição dele", afirmou ao Broadcast Político Rodrigo Mendes, coordenador de marketing da campanha do PSDB.
Também fez parte da estratégia mudar a forma como a campanha se referia ao adversário. Em vez de Delcídio, passou a ser identificado pelos tucanos como "Delcídio do PT".
Procurado pela reportagem, o presidente estadual do PT, Paulo Roberto Duarte, admitiu que as investidas do PSDB no campo da corrupção contribuíram para que o partido não ganhasse no primeiro turno.
"Toda essa campanha do PSDB aqui foi semelhante à adotada por Aécio Neves no âmbito nacional. Aqui o Delcídio apanhou o tempo inteiro. É possível que não tenha ganhado por conta dessa pancadaria", afirmou Duarte.
Segundo o dirigente petista, o partido vai contra atacar tentando desconstruir o candidato do PSDB.
Entre os temas que devem ser explorados nos últimos programas de TV estão a afirmação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa de que o Ministério Público Federal repassou propina ao ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra para que ajudasse a esvaziar uma Comissão Parlamentar de Inquérito criada para investigar a Petrobras em 2009.