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Denúncia de propina em vacina é gravíssima, diz Aziz

Segundo uma fonte ouvida pelo jornal, um representante de uma vendedora de vacinas contra covid-19 teria recebido um pedido de propina de US$ 1 por dose da vacina Astrazeneca

Omar Aziz (Alex Pazuello/Agecom-AM/Agência Senado)

Omar Aziz (Alex Pazuello/Agecom-AM/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de junho de 2021 às 21h22.

Última atualização em 30 de junho de 2021 às 08h06.

O senador Omar Aziz (PSD-AM) afirmou nesta terça-feira (29) que as acusações feitas pela Folha de S. Paulo ao governo Bolsonaro são gravíssimas. Segundo Luiz Paulo Dominguetti Pereira, da empresa Davati Medical Supply, um representante de uma vendedora de vacinas contra covid-19 teria recebido um pedido de propina de US$ 1 por dose da vacina Astrazeneca em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde.

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"As coisas vão começar a acontecer. Vai chegar um momento em que eu tenho certeza que a PGR terá que se manifestar. Nós vamos continuar fazendo o nosso trabalho, mostrando pra população brasileira que um governo que prega a transparência não é bem assim do jeito que estão falando", afirmou o senador na noite desta terça-feira, à Globonews.

A reportagem citada pelo presidente da CPI da Covid-19v afirma que o representante da empresa Davati Medical Supply teria recebido o pedido de propina durante um jantar em Brasília, em fevereiro deste ano. O pedido teria partido do diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, indicado ao cargo pelo líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). 

Aziz não foi o único a se pronunciar sobre o tema. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE) apresentaram requerimento de convocação de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, representante da Davati Medical Supply à CPI da covid-19, de acordo com informações divulgadas no Twitter.

 

Também na noite desta terça-feira, a revista Crusoé publicou uma reportagem que afirma que o servidor do Ministério da Saúde, Luis Miranda, teria recebido uma oferta de propina milionária para parar de atrapalhar os "negócios da vacina Covaxin". O contrato de compra da vacina indiana está no centro das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da pandemia no Senado Federal.

Luis Miranda denunciou supostas irregularidades na compra do imunizante a um preço muito superior ao praticado por outros laboratórios. O valor do contrato é de 1,6 bilhão de reais, o que dá um preço de 15 dólares por dose. O montante já foi reservado pelo governo, mas ainda não foi pago.

Em depoimento na sexta-feira, 25, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), irmão de Luis Ricardo, colocou no olho do furacão o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR). De acordo com o parlamentar, ao levar a informação de uma possível corrupção no processo de compra da vacina, o presidente Jair Bolsonaro teria dito que era “coisa” do Barros.

Luis Miranda teria sido convidado por Silvio Assis, homem de confiança de Ricardo Barros, para participar de uma reunião em uma casa no Lago Sul. Na ocasião, Assis teria tentado transformar Miranda em um "aliado", tentando fazer com que o deputado convencesse o irmão a parar de criar "problemas" para o negócio com a vacina indiana.

 

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