Vista do bairro da Lapa, São Paulo: a zona oeste é a mais afetada (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2014 às 09h24.
São Paulo - Em uma semana, o número de casos de dengue na cidade de São Paulo cresceu 55%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 3, pela Secretaria Municipal da Saúde.
Desde 1.º de janeiro, foram notificados 1.166 casos da doença na capital. No balanço anterior, divulgado há uma semana, eram 751. Em relação ao mesmo período do ano passado, o aumento foi de 15%.
Treze distritos já ultrapassaram a incidência registrada no ano passado. Como informado pelo Estado ontem, a zona oeste é a mais afetada. Três distritos da região já têm incidência acima do normal: Jaguaré, Lapa e Rio Pequeno.
Os distritos do Tremembé (zona norte) e Vila Jacuí (zona leste) também são áreas de preocupação da Secretaria da Saúde por terem apresentado aumento significativo de casos na última semana.
"Só cinco distritos reúnem metade dos casos de dengue confirmados até agora na cidade. Então, vamos concentrar os nossos esforços nos locais que apresentaram crescimento totalmente inesperado", disse o secretário da Saúde, José de Filippi Junior.
Reservatórios.
O secretário afirmou que uma das principais razões para o alto índice de casos nesses bairros é o acúmulo de água parada em objetos como latas, pratos de vasos e até reservatórios que estão sendo utilizados para o armazenamento de água por pessoas que temem um desabastecimento com a crise do Cantareira.
"Nossos agentes, principalmente da Lapa, identificaram nos últimos dois meses a população reservando água em algum utensílio, caixas de água ou outros tipos de reservatório, com essa água desprotegida e descoberta", disse Filippi.
"A população está se precavendo por um lado, mas pode criar um problema por outro lado. Queremos alertar que esses recipientes devem ser cobertos." A partir de hoje, a Prefeitura fará campanha nas rádios alertando sobre o risco de manter água limpa e parada descoberta.
Filippi anunciou que a administração municipal fará uma ação conjunta com a prefeitura de Osasco, município localizado no limite com a zona oeste e que também teve incremento da doença. O secretário afirmou que, em um mês, a cidade a Região Metropolitana passou de 30 para 350 casos.
"Vamos iniciar a ação na segunda-feira, no limítrofe das duas cidades, para que a gente possa somar esforços e concentrar a utilização de larvicida para combater os criadouros e aplicação de nebulização para eliminar o mosquito já na condição de transmissor."
As ações, disse o secretário, têm o objetivo de impedir crescimento ainda maior de casos nas regiões críticas, já que o pico da doença sempre acontece em meados de abril. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.