O ex-senador Demóstenes Torres: em julho, o então senador perdeu seu mandato como senador após o plenário da Casa não aceitar suas explicações sobre as relações com Cachoeira (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2012 às 22h22.
Brasília - Investigado por suas relações com o contraventor goiano Carlinhos Cachoeira, o ex-senador e atual procurador de Justiça Demóstenes Torres foi afastado nesta quarta-feira de suas funções. Conforme decisão do corregedor-geral do Ministério Público do Estado de Goiás, Aylton Flávio Vechi, o afastamento, por tempo indeterminado, é resultado da abertura de um processo administrativo disciplinar contra o ex-congressista. Demóstenes será investigado por violação dos deveres funcionais.
Em julho, o então senador perdeu seu mandato como senador após o plenário da Casa não aceitar suas explicações sobre as relações pessoais que mantinha com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Concursado, retomou as funções como integrante do Ministério Público de Goiás. Assim que empossado, no entanto, recebeu o repúdio de seus pares.
Os argumentos de integrantes do MP contra a permanência do ex-senador na instituição levam em conta a Lei Orgânica do Ministério Federal, que estabelece que seus integrantes mantenham “ilibada conduta pública e particular”. A tese para a proibição da permanência de Demóstenes como procurador de Justiça também encontra guarida na Lei Orgânica da procuradoria goiana, que prevê que seus integrantes desempenhem “com independência, zelo, presteza, serenidade e exatidão suas funções, exercendo com probidade as atribuições previstas”, além de “manter conduta ilibada e irrepreensível na vida pública e particular, guardando decoro pessoal”.
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), em Brasília, já havia recebido pedido para afastamento de Demóstenes formulado por um grupo de 82 promotores de Justiça, procuradores da República e procuradores do Trabalho com atuação em Goiás. Após duas trocas de relatoria, o caso no órgão de controle externo do MP, no entanto, permanece indefinido.