Efraim Filho: o líder do partido na Câmara coordena o novo programa (Facebook/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de julho de 2017 às 18h49.
Última atualização em 27 de julho de 2017 às 18h53.
Brasília - O novo programa partidário que é elaborado pelo DEM terá como foco temas que dialogam diretamente com a classe média.
Além da retomada do crescimento, o texto dará atenção especial para questões como Segurança Pública e empreendedorismo.
A discussão sobre o novo programa é coordenada pelo líder do partido na Câmara, Efraim Filho (PB), e pelo deputado José Carlos Aleluia (BA) e acompanhada de perto pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e outras lideranças da legenda, como o ministro da Educação, Mendonça Filho, e o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, o ACM Neto.
A elaboração das novas diretrizes faz parte de uma estratégia maior da sigla, que trabalha atrair deputados descontentes de outras agremiações para aumentar a bancada no Legislativo.
Hoje, o DEM tem 29 deputados e pretende chegar a 50, tornando-se assim uma das maiores forças do Congresso.
Deputados do grupo dissidente do PSB, como Danilo Forte (CE) e Fábio Garcia (PSB), também participarão da discussão do programa.
De acordo com Efraim Filho, o objetivo do DEM de ocupar uma "lacuna" existente no cenário político nacional e se posicionar como uma legenda de centro, em oposição ao que ele chama de "extrema esquerda", como o PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e "extrema direita", representada na figura do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
"O que se vislumbra para as eleições de 2018 é uma polarização radicalizada, com pessoas como Lula, com um discurso de extrema esquerda, e Jair Bolsonaro (PSC-SP), com um discurso de extrema direita. De fato, existe um espaço de centro a ser preenchido e a gente espera que esse Novo Democratas possa ocupá-lo", diz.
Segundo o líder do DEM na Câmara, para conquistar os eleitores que, supostamente, se identificam com esse perfil, a sigla investirá num programa que foque a Segurança Pública.
"Hoje, não há nenhum partido que tenha uma bandeira efetiva em termos de mudanças no sistema de Segurança Pública. Então, será uma das nossas diretrizes, com mais rigor na questão do combate ao crime, da impunidade. Nós vamos fazer a defesa dos direitos da família à frente dos direitos dos presidiários", afirma.
"Estamos vivendo um clima de terror no Brasil. Uma guerra civil. Quem está vivendo uma guerra civil não pode deixar de colocar a guerra civil na pauta", completa Aleluia.
Outros assuntos que serão abordados no novo programa da sigla e que assimilam demandas ligadas à classe média são a questão do apoio ao empreendedorismo, às micro e pequenas empresas, a defesa do consumidor e a simplificação tributária.
Na área social, o foco da agremiação será melhorar a Educação, com base no que é desenvolvido por Mendonça Filho à frente do Ministério da Educação (MEC), como a reforma do Ensino Médio. Pautas polêmicas, como o Projeto Escola sem Partido, devem ficar de fora, mas Efraim Filho diz que será feita uma "defesa de menos ideologia e mais conhecimento" nos centros educacionais.
Pela previsão do grupo, o novo programa deve ficar pronto até o fim de 2017 e servirá como uma carta de princípios a ser apresentada aos deputados de outros partidos para convencê-los a migrar para o DEM.