O líder do DEM na Câmara, deputado Mendonça Filho: "é parte de uma estratégia que visa obstacular e impedir o aprofundamento das investigações", disse (Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 12h32.
Brasília - O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), classificou como "indevidos" os encontros que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, realizaram com emissários de empreiteiros que são alvo da Operação Lava Jato.
"É parte de uma estratégia que visa obstacular e impedir o aprofundamento das investigações. Eu acho que é indevido", afirmou Mendonça ao Broadcast Político.
Conforme revelou nesta sexta-feira, 20, o jornal O Estado de São Paulo, executivos das construtoras envolvidas na Lava Jato pedem intervenção política de Lula para evitar o colapso das empresas.
Okamotto recebeu por exemplo João Santana, diretor da Constran, que pediu socorro pelas dificuldades vividas pela companhia. Antes de ser preso pela força-tarefa da Operação Lava Jato, o presidente da OAS, Léo Pinheiro, pediu ajuda a Lula.
Mendonça alegou ainda que as conversas com o ex-presidente "se conectam" com as reuniões que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, manteve com advogados das empresas.
"São coisas que se conectam com a pressão sobre o ministro da Justiça, que recebeu advogados (dos executivos das empreiteiras) fora das agendas oficiais. Há todo um ambiente de pressão sobre o poder Judiciário, seja na primeira instância ou no âmbito do Supremo Tribunal Federal. É uma estrutura sendo movimentada com o intuito de abafar o caso".
PSDB
Para o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), embora o ex-presidente Lula possa receber quem queira, é preciso ficar atento para possíveis interferências dele no governo.
"É possível imaginar o teor da conversa. Todos os empresários ficaram assustados com o desfecho do mensalão, quando os agentes privados tiveram punição maior do que os políticos. Não é difícil imaginar que haja ameaças embutidas. Certamente não foi um ameno chá das cinco".