Delúbio: defesa solicitava transferência para Brasília, onde moram a filha e familiares do ex-tesoureiro, mas pedido foi negado para que pena fosse cumprida em ala destinada a presos da Lava Jato (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 20 de junho de 2018 às 15h31.
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares foi transferido hoje (20) da carceragem da Polícia Federal em São Paulo para o Complexo Penitenciário de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR).
Delúbio estava preso na PF de São Paulo desde o último dia 24, quando se apresentou para cumprimento de uma ordem de prisão expedida pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos em primeira instância da Operação Lava Jato.
O ex-tesoureiro do PT cumprirá pena de 6 anos por lavagem de dinheiro. Ele foi condenado no ano passado no desdobramento de uma ação que também condenou o pecuarista José Carlos Bumlai e diretores do Banco Schahim. Na ação, foi apurado um empréstimo fraudulento de R$ 12 milhões concedidos pelo Banco Schahin a Bumlai.
A defesa de Delúbio solicitava o cumprimento da pena em Brasília, local de moradia de sua filha e familiares. O pedido foi negado, determinando o cumprimento da pena para o complexo de Pinhais, na ala reservada aos presos da Lava Jato.
O advogado Pedro Paulo de Medeiros, que representa Delúbio, divulgou uma nota informando que recorrerá da decisão em instâncias superiores do Poder Judiciário. "A defesa de Delúbio Soares registra seu inconformismo, agora não apenas com a injusta condenação por lavagem de dinheiro que nunca praticou, baseada somente em delações nunca comprovadas, mas também com a inconstitucional, ilegal e desumana determinação de que cumpra pena longe de sua família, que mora em Goiás e Brasília, em regime fechado na cidade de Curitiba, quando o previsto em lei seria o semiaberto".
A defesa diz ainda que "o cidadão, qualquer seja ele, não pode ser troféu do Estado. Merece ser tratado com dignidade, e é confiante nisso que recorrerá às instâncias superiores do Poder Judiciário para ver restabelecidos seus direitos fundamentais como ser humano, de ser inocentado, ou ao menos, cumprir pena de forma digna e justa".