Delegados da Polícia Federal protestam contra cortes no orçamento (José Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 6 de maio de 2015 às 16h44.
Brasília - Representantes dos delegados da Polícia Federal de todo o país e do Distrito Federal promoveram hoje (6), em Brasília, um ato para que os cortes no Orçamento, a serem anunciados pelo governo federal, em meio ao ajuste fiscal, não afetem a polícia.
No movimento Deixa a PF Trabalhar, os delegados criticaram o que classificaram como tentativa do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de limitar a ação da PF na Operação Lava Jato.
Em abril, Janot divulgou nota afirmando que cabe ao Ministério Público Federal definir a estratégia de investigação da Operação Lava Jato.
De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Marcos Leôncio Ribeiro, o movimento tem como objetivo preservar as atribuições da PF, seja na questão orçamentária, seja no processo investigatório.
“O que queremos dizer é: queremos fazer o nosso trabalho. Deem condições para que possamos fazer esse trabalho. Isso serve tanto para o Ministério do Planejamento, da Fazenda, como para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot”, explicou Ribeiro.
Segundo o presidente da associação, nos últimos 12 anos, a PF tem vivido de ciclos, ora de investimentos, ora de aperto financeiro. Os cortes orçamentários, frisou Ribeiro, têm prejudicado a atuação da Polícia Federal e se forem feitos este ano há o risco, inclusive, de falta dinheiro para o pagamento de combustível das viaturas.
“Esse movimento demonstra nossa preocupação de que a gente não entre no pior dos ciclos, que é o declínio. Estamos fazendo um alerta para que a sociedade nos ajude a pressionar os poderes da República a aliviar os cortes e limitações sofrido hoje pela Polícia Federal”, disse.
“Reconhecemos que os cortes não são exclusivos da Polícia Federal, mas temos uma dinâmica diferente. A operação policial tem o tempo dela e não podemos ficar aguardando que alguém autorize diárias, despesas para uma operação, porque ela tem que ocorrer naquele momento”, argumentou Ribeiro.