Brasil

Delegado ligado a Alexandre de Moraes é nomeado corregedor da Abin

José Fernando Moraes Chuy vai auxiliar em inquérito sobre “Abin Paralela” e anteriormente havia sido indicado pelo ministro para cargo no TSE

 (Antonio Cruz/Agência Brasil)

(Antonio Cruz/Agência Brasil)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 2 de setembro de 2024 às 09h38.

Última atualização em 2 de setembro de 2024 às 15h05.

O delegado da Polícia Federal (PF), José Fernando Moraes Chuy, foi nomeado para corregedoria da Abin (Agência Brasileira de Informação). A nomeação foi oficializada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 2.

A nomeação de Chuy não foi bem recebida pela União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis), que em nota publicada, classificou a indicação de um corregedor-geral “oriundo de fora dos quadros da agência” como “preocupante, injustificada e um desprestígio dos servidores orgânicos da Abin”.

Carreira

Chuy é ligado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Antes de chegar à corregedoria da Abin, ele foi escalado pelo ministro para assumir a chefia da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No cargo, foi responsável pelo combate às fake news disseminadas contra o processo eleitoral, até junho de 2024, quando Cármen Lúcia assumiu a presidência do STF.

Além disso, os dois também trabalharam juntos quando Moraes foi ministro da Justiça durante o governo de Michel Temer. Chuy ainda foi responsável pelo lançamento do livro “Operação hashtag: a primeira condenação de terroristas islâmicos na América Latina”, sobre a atuação do terrorismo transnacional e cujo apresentação foi escrita por Moraes.

Na corregedoria da Abin, o delegado da PF será responsável por auxiliar o inquérito da “Abin Paralela”, sobre o monitoramento ilegal realizado por servidores da pasta durante a gestão do então diretor-geral Alexandre Ramagem, nomeado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).

A estrutura paralela teria sido utilizada pelo governo de Jair Bolsonaro para espionar atuoridades da cúpula do Legislativo e do Judiciário, além de desafetos políticos e jornalistas. A utilização do programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de alvos pré-determinados por meio dos aparelhos celulares veio à público em março de 2023.

Acompanhe tudo sobre:Polícia FederalSupremo Tribunal Federal (STF)Alexandre de Moraes

Mais de Brasil

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022

Justiça absolve Samarco, Vale e BHP pelo rompimento de Barragem em Mariana