Moradores do Morro do Pavão-Pavãozinho e policiais entram em confronto após o enterro do dançarino Douglas Rafael da Silva (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2014 às 19h12.
Rio - O delegado Gilberto Ribeiro, da 13ª Delegacia de Polícia (Ipanema), que investiga a morte do dançarino Douglas Rafael Pereira, o DG, e de Edilson da Silva dos Santos, disse na tarde desta sexta-feira, 25, que a posição em que DG foi encontrado na manhã de terça-feira, 22, corresponde a foto divulgada na edição desta sexta do jornal "Extra".
Na imagem o dançarino está de costas e é possível observar claramente em suas costas um orifício causado por objeto pérfuro-contundente. No entanto, Ribeiro minimizou o resultado do laudo de perícia de local que apontou que os ferimentos na vítima eram compatíveis com aqueles causados por uma queda.
"O perito não deve ter tido condições de afirmar, no momento, que aquele orifício era de projétil de arma de fogo. O objetivo da perícia de local não é exclusivamente apontar a causa da morte. Isso cabe ao laudo de necropsia feito no Instituto Médico Legal (IML). A perícia de local (feita por peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli) deve apontar a dinâmica do que houve no local do crime".
A primeira foto do corpo de Douglas que o mostra agachado em posição de defesa foi divulgada na quarta-feira, 23, por parentes da vítima. Até então, imaginava-se que DG havia sido encontrado naquela posição.
O delegado reiterou que as lesões encontradas no corpo não são compatíveis com tortura e agressões, como acusa a mãe de DG, a auxiliar de enfermagem Maria de Fátima da Silva, de 56 anos. Perguntado então sobre o motivo de a mulher fazer essas acusações contra policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Pavão-Pavãozinho, o Ribeiro respondeu: "A mãe da vítima fala o que bem entender. Eu falo com base naquilo que eu apurar".
Nesta sexta, foi ouvido na 13ª DP mais um dos dez PMs que teriam participado do suposto confronto com traficantes do Pavão-Pavãozinho na madrugada de terça, poucas horas antes de o corpo de DG ter sido encontrado no pátio de uma creche no alto da favela. Ribeiro, no entanto, não divulgou a versão do policial.
O delegado Rivaldo Barbosa, da Divisão de Homicídios, esteve no início da tarde na 13ª DP, onde reuniu-se com Gilberto Ribeiro. Barbosa disse que a especializada está apenas auxiliando a 13ª DP na condução do inquérito.