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Aécio ganhou propina em Furnas, diz Delcídio em delação

As propinas teriam sido comandadas pelo ex-diretor de Engenharia da empresa Dimas Toledo, e beneficiado "sem dúvida" o senador Aécio Neves (PSDB-MG)


	Senador Aécio Neves (PSDB-MG): segundo Delcídio, ele teria se beneficiado de esquema semelhante ao da Petrobras em Furnas
 (Carlos Becerra / AFP)

Senador Aécio Neves (PSDB-MG): segundo Delcídio, ele teria se beneficiado de esquema semelhante ao da Petrobras em Furnas (Carlos Becerra / AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2016 às 15h51.

São Paulo - Um esquema de corrupção semelhante ao descoberto na Petrobras também existiu na empresa Furnas "por vários governos" e "não há dúvidas" de que a empresa "foi usada sistematicamente para repassar valores para partidos", disse o senador Delcídio do Amaral (MS) em sua delação premiada, homologada e divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira.

As propinas teriam sido comandadas pelo ex-diretor de Engenharia da empresa Dimas Toledo, e beneficiado "sem dúvida" o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-presidente do PP, José Janene, bem como o PT, segundo o Delcídio.

Furnas é a maior e mais lucrativa das subsidiárias da Eletrobras, com 17 hidrelétricas, além de termelétricas, usinas eólicas e 24 mil quilômetros em linhas de transmissão pelo país. A companhia registrou lucro líquido de 394 milhões de reais nos primeiros nove meses de 2015.

Segundo o senador, o "esquema de Furnas...era grande", o que fazia da companhia "a jóia da coroa da Eletrobras, sendo a mais cobiçada pelos partidos".

As práticas, no entanto, teriam sido freadas por uma reestruturação da diretoria da estatal pela presidente Dilma "há uns quatro anos atrás".

Em 2011, o engenheiro Flávio Decat, considerado de perfil técnico, assumiu a presidência de Furnas, cargo que ainda ocupa.

"Esta mudança na diretoria de Furnas foi o início do enfrentamento de Dilma Rousseff e (o presidente da Câmara) Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pois este ficou contrariado com a retirada de seus aliados de dentro da companhia", afirmou Amaral.

O senador disse em sua delação que a presidente "teve praticamente que fazer uma intervenção na empresa para cessar as práticas ilícitas, pois existiam muitas notícias de negócios suspeitos e ilegalidade" e que, ao que parece, "a coisa passou da conta".

Procurado via assessoria de imprensa do PSDB, Aécio Neves não respondeu imediatamente. Eletrobras e Furnas também não comentaram imediatamente.

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