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Delator envolve Temer em propina para campanha de Chalita

O delator revelou suposta operação de captação de recursos ilícitos, envolvendo Temer e o senador Valdir Raupp, para abastecer, em 2012, a campanha de Chalita


	Michel Temer: "Ambos acertaram o valor, que ficou em R$ 1,5 milhão; que a empresa que fez a doação - no valor ajustado - foi a Queiroz Galvão"
 (Paulo Whitaker / Reuters)

Michel Temer: "Ambos acertaram o valor, que ficou em R$ 1,5 milhão; que a empresa que fez a doação - no valor ajustado - foi a Queiroz Galvão" (Paulo Whitaker / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2016 às 16h12.

Brasília e São Paulo - Em delação premiada, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado envolveu diretamente o presidente em exercício Michel Temer (PMDB) e outros 20 políticos em propinas da estatal.

O delator revelou uma suposta operação de captação de recursos ilícitos, envolvendo Temer e o senador Valdir Raupp (PMDB-RR), para abastecer, em 2012, a campanha do então candidato Gabriel Chalita (PMDB) para a Prefeitura de São Paulo.

"O contexto da conversa deixava claro que o que Michel Temer estava ajustando com o depoente era que este solicitasse recursos ilícitos das empresas que tinham contratos com a Transpetro na forma de doação oficial para a campanha de Chalita", revelou Machado à Procuradoria-Geral da República.

De acordo com o delator, Michel Temer lhe disse que estava com problema no financiamento da candidatura de Chalita e perguntou se ele poderia ajudar.

"O depoente disse que faria um repasse através de uma doação oficial no valor de R$ 1,5 milhão."

O delator apontou o nome de uma empreiteira que teria feito repasse. "Ambos acertaram o valor, que ficou em R$ 1,5 milhão; que a empresa que fez a doação - no valor ajustado - foi a Queiroz Galvão."

Segundo o delator, Chalita não estava bem na campanha. Sérgio Machado, neste trecho de seu depoimento, citou o senador Valdir Raupp.

"O depoente foi acionado pelo senador Valdir Raupp para obter propina na forma de doação oficial para Gabriel Chalita; que posteriormente conversou com Michel Temer, na Base Aérea de Brasília, provavelmente no mês de setembro de 2012, sobre o assunto, havendo Michel Temer pedido recursos para a campanha de Gabriel Chalita; que o depoente se identificou ao adentrar a base aérea; que o automóvel utilizado fora alugado pela Transpetro junto à Localiza, não lembrando o depoente o modelo."

Machado afirmou ainda que ligou para Temer e avisou que a contribuição ocorreria. "Para Valdir Raupp o depoente conseguiu o valor de R$ 500 mil."

Sarney

Em um dos depoimentos à Lava Jato, o ex-presidente da Transpetro esclareceu pontos da conversa que ele próprio gravou no dia 10 de março com o ex-senador José Sarney (PMDB-AP). Naquela ocasião, Sérgio Machado disse a Sarney: "Pro Michel eu dei".

Aos procuradores da Lava Jato, ele afirmou que se referia ao presidente em exercício Michel Temer (PMDB).

Os procuradores questionaram o ex-presidente da Transpetro sobre o significado da frase. Ele contou que se referia à operação para uma suposta captação de propinas para abastecer a campanha de Chalita na disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2012.

"Sobre a conversa gravada de 10 de março com Sarney, o depoente esclarece que, quando disse 'pro Michel eu dei' referiu-se ao vice-presidente Michel Temer; que Michel Temer apoiava, na eleição municipal de 2012, salvo engano, o candidato a prefeito de São Paulo Gabriel Chalita", declarou.

A reportagem pediu a manifestação de Temer por e-mail encaminhado à sua assessoria.

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