Nunes: citou nomes ligados a segurança pública (Leandro Fonseca/Exame)
Publicado em 4 de março de 2024 às 12h49.
Última atualização em 4 de março de 2024 às 17h10.
O prefeito e pré-candidato à reeleição na cidade de São Paulo, Ricardo Nunes, disse nesta segunda-feira, 4, que a definição do seu candidato a vice ficará para depois das convenções partidárias, que ocorrem em julho, e será alguém que ele aprove.
"Eu preciso escutar o Tarcísio, o presidente Bolsonaro, o PL, o PP, e outras lideranças para termos consenso de um nome. Evidentemente não será alguém que eu não aprove. Será o meu vice, não tenho como demitir o vice, vou ter que conviver por quatro anos. Eu preciso ter muito alinhamento e todos estão conscientes disso", disse em entrevista ao programa Eleições 2024 da EXAME.
Nunes argumentou que o debate sobre o vice foi antecipado pela negociação liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), e ex-secretária de Nunes, seja vice na chapa do deputado federal e pré-candidato Guilherme Boulos (PSOL).
"Sempre as decisões de vice ocorreram próximos das convenções partidárias. Nesse ano, em especial, o tema se antecipou porque o rapaz que deve ser o meu adversário (Boulos) teve o presidente Lula, de forma democrática, decidindo quem seria o nome", afirmou.
O prefeito citou nomes como o coronel da reserva da Polícia Militar Ricardo Nascimento de Mello Araújo, ex-comandante da Rota, e da Delegada Raquel Gallinati, ex-presidente do PL Mulher, que se reuniu com Nunes em eventos nas últimas semanas, como nomes indicados, mas sem cravar quem será o escolhido.
"Teremos tempo, não muda nada ter essa decisão agora ou mais para frente. Hoje, estou muito feliz em ter vários nomes indicados. O coronel Melo, a Delegada Gallinati, o deputado Olim, a secretária Sonaria. Vou até parar de falar os nomes para não esquecer ninguém. São várias pessoas e com o tempo vamos definir", concluiu.
Questionado sobre o peso do apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro na sua campanha, Nunes disse é "inegável" que Bolsonaro é uma grande liderança do país, além dele ser presidente de honra do PL, que segundo o atual prefeito, é da base do governo.
"As pessoas falam que o eleitor da cidade de São Paulo é de esquerda, mas não é. É um eleitor de centro, que tem uma tendência de não ir para os extremos. Pega o Bruno Covas, centro. Antes do Bruno, João Doria, centro-direita. O Haddad, que se apresentou na campanha como alguém de centro, mas com uma pessoa da direita junto, como o Maluf", disse Nunes.
O prefeito reforçou que o apoio do ex-presidente será fundamental, e citou a negociação entre a prefeitura e a União sobre a divisão municipal, que envolve o aeroporto de Marte. "Ter o meu campo, que é de centro, com o apoio da direita, vamos ter uma condição muito boa, mas pesquisas estão mostrando isso. Para podermos vencer e proteger a cidade", afirmou.
Apesar de ter falas duras sobre o pré-candidato Guilherme Boulos (PSOL) durante a entrevista, Nunes disse que não acredita em uma eleição polarizada, com temas nacionais dominando a narrativa. "As pessoas precisam ter o direito de discutir a cidade", disse.
O prefeito afirmou ainda que apenas quer mostrar para as pessoas as diferenças entre ele e o seu potencial principal adversários no pleito, segundo as pesquisas. "Estou colocando os pontos claros. Eu sou contra a desmilitarização, ele é a favor. E estou falando sobre a necessidade de experiência, ele nunca cuidou de um carrinho de hot dog. Como alguém que não tem uma experiência mínima pode fazer a gestão de uma cidade de R$ 110 bilhões de orçamento e tem 12 milhões de pessoas. E requer dialogar com todos os setores", concluiu.
A entrevista com o pré-candidato à prefeitura de São Paulo será o pontapé para a cobertura especial das eleições municipais na EXAME. Os possíveis candidatos mais bem cotados nas pesquisas ao comando da capital paulista foram convidados para conversar ao vivo nos nossos estúdios. A data e horário será de acordo com a agenda do pré-candidato.
Além de entrevistas, programas quinzenas vão analisar e trazer bastidores das campanhas das capitais brasileiras, com olhar especial para São Paulo, cidade onde fica localizada a redação da EXAME.
As eleições 2024 estão marcadas para acontecer no dia 6 de outubro. O segundo turno, marcado para 27 de outubro, acontece somente em cidades com mais de 200 mil eleitores para o cargo de prefeito, caso nenhum candidato atinja 50% mais um dos votos válidos.