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Defesa teme que desarmamento na Colômbia afete o Brasil

O Ministro da Defesa, Raul Jungmann, teme que o programa leve à entrada de fuzis no país

Armas: colombianos já vem passando ao Brasil e demais países da região informações atualizadas sobre o processo de desarmamento (foto/Getty Images)

Armas: colombianos já vem passando ao Brasil e demais países da região informações atualizadas sobre o processo de desarmamento (foto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 8 de maio de 2017 às 20h39.

Rio de Janeiro - O Ministro da Defesa, Raul Jungmann, está preocupado com o destino dos fuzis da Colômbia que passa por um programa de desarmamento em um processo de paz, e o governo brasileiro está alerta para que os armamentos não cruzem a fronteira com o Brasil.

Jungmann está seguindo para o país vizinho nessa segunda-feira para tratar do assunto e do patrulhamento da fronteira em uma segunda reunião com representantes dos dois países.

Jungmann disse que os colombianos já vem passando ao Brasil e demais países da região informações atualizadas sobre o processo de desarmamento. O alto comando das Forças Armadas , representantes da Polícia Federal e do Ministério da Justiça do Brasil vão participar desse encontro na Colômbia.

"É uma grande preocupação", disse o ministro a jornalistas, em um evento no Rio de Janeiro. "Numa primeira reunião mostramos preocupação com os fuzis, que também é uma preocupação do Rio de Janeiro", acrescentou.

"Eles (colombianos) estão passando online todas as informações que estão recebendo, da expectativa que eles tinham e se ficou a maior ou a menor."

Jungmann lembrou que o crime organizado brasileiro está se nacionalizando e se internacionalizando e. Para evitar essa transnacionalização do crime, Jungmann vai se reunir também que representantes de Peru e México sobre o tema.

Um outro tema do encontro será a otimização do patrulhamento na fronteira entre Brasil e Colômbia e a proposta em discussão é dividir a tarefa.

"Onde eles têm melhor posição e onde nós temos melhor posição. A ideia é duplicar e integrar o esforço", disse Jungmann.

Segurança para o Rio

O ministro afirmou ainda que em breve o governo federal vai anunciar um novo plano de ajuda ao Rio de Janeiro, que vive uma crise na área de segurança, mas sinalizou que o modelo será diferente do que vinha sendo empregado até agora.

Ele destacou que a proposta agora é unificar mais as áreas de inteligência federal e estadual. Dessa forma, ele acredita que será possível se chegar aos grandes barões do tráfico de drogas.

"Vamos dar resposta ao Rio porque temos preocupação com o Rio de Janeiro… a GLO ( Garantia da Lei e da Ordem) dá sensação de segurança e é como baixar uma febre. Dá um alívio, mas não resolve os nossos problemas", avaliou.

"Ali, quando você põe a tropa na rua o crime se retrai mas quando você sai, ele volta. Vai algo parecido em termos de articulação, coordenação e abrangência com aquilo que fizemos nas Olimpíadas. Inteligência é o central disso para atuar cirurgicamente", adicionou.

Na semana passada, o Rio de Janeiro enfrentou um ataque coordenado por traficantes e novo ônibus e dois caminhões foram incendiados. Além disso, várias vias da cidade foram bloqueadas.

Na ocasião, mais de 40 traficantes foram presos, dois morreram e 32 fuzis foram apreendidos.

Nos últimos meses, os casos de criminalidade avançaram no Estado, que, desde o ano passado, se encontra num estado de calamidade financeira.

"O Rio de Janeiro tem que ser exemplar na nossa atuação. O Rio de Janeiro é o risco de termos o Brasil amanhã como tal", finalizou.

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