Michel Temer: a defesa do presidente afirmou em nota na noite de terça que as informações citadas são públicas (Valter Campanato/Agência Brasil)
Reuters
Publicado em 7 de março de 2018 às 13h49.
Brasília - A defesa do presidente Michel Temer vai apresentar na tarde desta quarta-feira uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal em que explica como obteve acesso a dados, após o ministro Roberto Barroso, do STF, ter determinado investigação sobre vazamento de informações da decisão dele de quebrar o sigilo bancário do presidente no chamado inquérito dos portos.
Advogados de Temer rejeitam a hipótese de vazamento de informações referentes à decisão de Barroso, garantindo que obteve acesso a dados em consulta ao site do próprio Supremo.
Na terça-feira, Barroso determinou à Polícia Federal que investigue as circunstâncias de como a defesa do presidente teve acesso a informações referentes à decisão de quebra de sigilo de Temer, citando o fato de que a defesa dele, em petição apresentada ao STF, "revela conhecimento até mesmo dos números de autuação que teriam recebido procedimentos de investigação absolutamente sigilosos".
A defesa do presidente, no entanto, afirmou em nota na noite de terça que as informações citadas são públicas.
"Em relação ao despacho proferido nesta terça-feira pelo ministro Luís Roberto Barroso, a defesa do presidente da República esclarece que os números citados nas petições, requerendo acesso a procedimentos de eventual quebra de sigilo bancário, foram obtidos em consulta ao Diário de Justiça Eletrônico, disponível no site do Excelso Supremo Tribunal Federal", disse a defesa.
"Por se tratar de informação pública, não se trata de hipótese de vazamento de informações. A defesa do presidente Michel Temer apresentará amanhã (quarta-feira) o detalhamento desses esclarecimentos formais ao STF", acrescentou.
Segundo uma fonte envolvida nessas tratativas, a equipe de advogados do presidente fez uma espécie de varredura no Diário Oficial de Justiça Eletrônico e encontrou os números e, por considerarem que é um direito da defesa ter acesso a quaisquer informações referentes a seu cliente, apresentaram o pedido ao Supremo.
A decisão de Barroso de quebrar o sigilo bancário de Temer foi divulgada na noite de segunda-feira pelo site da revista Veja e posteriormente tratada como fato consumado pelo Planalto. Desde então, ministros de Temer têm criticado a decisão.
Entretanto, a ordem na área jurídica do presidente é fazer uma defesa técnica do caso.