Fachin: o ministro é o relator da Lava Jato na Corte (Adriano Machado/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 14 de setembro de 2017 às 19h54.
A defesa do presidente Michel Temer protocolou há pouco no Supremo Tribunal Federal (STF) pedido para que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato na Corte, aguarde até a próxima quarta-feira (20) para encaminhar à Câmara dos Deputados a nova denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente.
Está marcado para a próxima quarta-feira a retomada do julgamento, iniciado na quarta-feira (13), que analisa a possibilidade de suspender a apresentação de denúncia contra o presidente da República baseada nas provas obtidas por meio da delação dos executivos da J&F.
"Agora, estou entrando com uma petição pedindo que se aguarde até a quarta-feira a [decisão do plenário] sobre a questão de ordem [apresentada por Fachin]. Em vez de enviar agora a denúncia, que se aguarde até quarta-feira", disse à Agência Brasil o advogado Antônio Cláudio Mariz, representante de Temer.
Para Mariz, as suspeitas de que o ex-procurador da República Marcello Miller teria beneficiado os delatores da J&F, fato que motivou abertura de processo de revisão da delação premiada dos executivos da empresa, justifica cautela no prosseguimento das investigações e a suspensão da eventual denúncia.
Na denúncia enviada hoje ao SFT, Janot acusa Temer dos crimes de organização criminosa e obstrução de Justiça.
Para o procurador, Temer e parlamentares do PMDB, que também constam na denúncia, participaram de um suposto esquema de corrupção envolvendo integrantes do partido na Câmara dos Deputados com objetivo de obter vantagens indevidas em órgãos da administração.
Procurada, a assessoria de imprensa da Presidência da República ainda não se manifestou sobre a denúncia.
A assessoria do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, negou por meio de nota que ele tenha participado de qualquer grupo para prática ilícita.
"Essa denúncia foi construída com a ajuda de delatores mentirosos, que negociam benefícios e privilégios. Responderei de forma conclusiva quando tiver conhecimento do processo", diz a nota.