Papuda: chocolate, tesoura e cinco pequenos pen drives foram encontrados pela polícia no local na área onde o ex-senador cumpre pena (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Agência Brasil
Publicado em 19 de junho de 2018 às 21h50.
A defesa do ex-senador Luiz Estevão divulgou nota em que critica a Operação Bastilha, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal domingo (17), no Centro de Detenção da Papuda (CPD). A operação apura possíveis privilégios do ex-senador, que seria uma espécie de "manda-chuva" da ala reservada a presos especiais, como políticos.
No espaço, foram encontrados chocolate, tesoura e cinco mini pen drives (discos rígidos). Estevão divide a cela com o ex-ministro petista José Dirceu. Também foi identificado um caderno do ex-ministro em que sinalizava um pedido de autorização ao senador para receber uma visita.
Em nota, a defesa de Luiz Estevão afirmou que ele se disse "indignado com as acusações atribuídas", classificou como "irresponsável" a atribuição a ele da propriedade dos itens descobertos na cela. "Desde que Luiz Estevão foi preso, em março de 2016, outros 14 internos passaram pela cela e, ao saírem, o espaço não foi revistado em seguida", disse o texto
A defesa afirmou que o ex-senador trabalha na biblioteca da Papuda e que durante este período a cela fica aberta. A nota também colocou desde a prisão, em outubro de 2014, 14 pessoas passaram pela cela e não houve revista de agentes penitenciários desde então.
Quanto ao volume de documentos de Estevão na biblioteca, visto como um indício do suposto poder dele na cadeia, a defesa argumentou que eles se referem a processos a que responde. "Conforme decidido pela Vara de Execuções Penais (VEP), sem recurso do Ministério Público, o preso tem direito ao recebimento e à guarda dos próprios papéis", comentou.