Joesley Batista: Joesley Batista e Ricardo Saud se entregaram à Polícia Federal em São Paulo no domingo (Ueslei Marcelino/Reuters)
Reuters
Publicado em 13 de setembro de 2017 às 17h54.
Brasília - A defesa dos executivos da J&F Joesley Batista e Ricardo Saud apresentou nesta quarta-feira ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, um pedido para que seja relaxada a prisão temporária decretada contra eles pela corte.
Para os defensores, a continuidade da detenção deles é "inoportuna, desproporcional e desnecessária" porque não há qualquer indicação de que os executivos possam interferir na investigação em curso ou ocultar provas, até porque, destacam, são os maiores interessados em manter os benefícios acertados na delação.
Esse foi um dos motivos alegados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para pedir a prisão dos dois e do ex-procurador Marcelo Miller.
Joesley Batista e Ricardo Saud se entregaram à Polícia Federal em São Paulo no domingo, após determinação de prisão temporária do ministro do STF Fachin.
Na petição, os advogados alegam que não há motivos para que os dois sejam mantidos presos porque jamais cooptaram o advogado Marcelo Miller quando ainda era procurador da República, omitiram "maliciosamente" ou pretenderam omitir provas.
A defesa defendeu que, alternativamente, substitua a prisão temporária por outra medida cautelar.
Mesmo se a decisão do STF for favorável a Joesley Batista, o executivo poderá permanecer preso. Nesta quarta, a Justiça Federal de São Paulo decretou a prisão preventiva dele e do seu irmão, Wesley Batista, como parte de uma investigação sobre suspeita de que executivos do grupo se aproveitaram de informação privilegiada em decorrência dos próprios acordos de delação premiada para obter lucros no mercado financeiro.