CARDOSO E ANASTASIA: com eles, a defesa da presidente e a relatoria do processo / Marcelo Camargo/Agência Brasil
Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2016 às 18h46.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h19.
Defesa de Dilma
O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, classificou como um atentado à Constituição o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Cardozo, o ministro da Fazenda Nelson Barbosa e a ministra da Agricultura Kátia Abreu defendem Dilma na comissão especial do impeachment no Senado. Cardozo também foi enfático ao afirmar que não há crime de responsabilidade no fato de a presidente ter assinado os decretos sobre créditos suplementares, e classificou o ato do impedimento como golpe. O senador Aloysio Nunes, do PSDB de São Paulo, disse que Cardozo deveria usar essa expressão no Supremo Tribunal Federal.
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Temer vende tudo
O documento que deve servir como plano de governo de Michel Temer afirma que o Estado deve repassar “para o setor privado tudo o que for possível em matéria de infraestrutura”. Na prática, Temer deve acelerar as privatizações no setor. O plano, divulgado pelo jornal O Globo, também diz que, no momento delicado em que o país vive, é necessário que as relações públicas com o setor privado sejam modificadas para reduzir as margens de “transgressão e ilícito”. O ex-ministro Moreira Franco deve ser o responsável por coordenar todo o processo em uma supersecretaria de governo.
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Santana e Mônica réus
O juiz Sergio Moro aceitou na tarde de hoje duas denúncias contra o marqueteiro do PT, João Santana, e sua mulher, Mônica Moura, por organização criminosa, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava-Jato. Além deles, também viraram réus o empreiteiro Marcelo Odebrecht, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outras 14 pessoas. O Ministério Público apontou que Santana e a mulher receberam ilegalmente 6,4 milhões de dólares no exterior e 23,5 milhões de reais no Brasil de empresas ligadas à Odebrecht.
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O não à Cunha
Das quatro testemunhas indicadas pelo presidente Eduardo Cunha para serem ouvidas em sua defesa no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados na última terça-feira, uma recusou o convite, o professor de direito Tadeu de Chiara, e outras três ainda não responderam. Cunha sofre processo por quebra de decoro parlamentar. No mesmo conselho, na última terça, o lobista Fernando Baiano confirmou que pagou pessoalmente a pessoas ligadas a Cunha 4 milhões de reais.
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Randolfe na madrugada
O senador Randolfe Rodrigues, da Rede do Amapá, aproveitou que a sessão de perguntas para os autores do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, Miguel Reale jr. e Janaína Paschoal, se estendia até 1h da manhã para pregar uma peça em Janaína. Sem explicitar sobre quem falava, Randolfe descreveu ações tomadas pelo vice-presidente Michel Temer e perguntou à advogada se elas seriam motivo para o impedimento. Janaína, que é contrária ao impeachment do vice, respondeu que sim. Quando o senador explicou que ela havia acabado de concordar que Temer também cometera crimes, a advogada tentou se explicar e disse que, no caso do vice, não ficava configurado crime porque ele assina decretos na ausência da presidente.