Agência de notícias
Publicado em 25 de março de 2025 às 18h35.
Última atualização em 25 de março de 2025 às 18h39.
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro teve todos os requerimentos negados pela Primeira Turma do STF nesta terça-feira. Mas uma fala do ministro Luiz Fux de que houve omissão na delação do tenente-coronel Mauro Cid foi vista como uma “luz no fim do túnel”. Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o militar firmou um acordo de colaboração com a Polícia Federal que serviu como base para as investigações.
— É uma luz no fim do túnel. Ficou claro que teve omissões. Nove depoimentos — afirmou o advogado Daniel Tesser, que integra a equipe jurídica de Bolsonaro comandada por Celso Vilardi.
Embora tenha votado com os demais ministros contra o pedido da defesa pela nulidade da delação de Cid, Fux criticou o fato de o colaborador ter feito nove depoimentos. O ministro indicou que pode votar por uma eventual nulidade do acordo do tenente-coronel por omissões durante as oitivas.
— Nove delações representam nenhuma delação. Não tenho a menor dúvida que houve omissão [de Cid]. Tanto houve omissão que houve nove delações — afirmou Fux.
O ministro entendeu que não há razão, ainda, para decretar a nulidade da delação neste momento do processo e que Cid será ouvido ao longo de eventual ação penal sobre a coerência das informações prestadas.
Ao sair do Supremo, Vilardi criticou o que chamou de “inovação” da Corte ao não ter acesso à integralidade das provas.
— Em 34 anos, eu nunca tinha visto não ter oportunidade de verificar as mídias — disse o criminalista.