André Esteves do BTG Pactual: Esteves foi preso nesta quarta-feira (Nacho Doce/ Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de novembro de 2015 às 21h10.
Brasília - O criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, responsável pela defesa do banqueiro André Esteves, entrou com um pedido na noite desta quarta, 25, no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir a revogação da prisão preventiva do executivo do BTG Pactual.
Esteves foi preso nesta quarta-feira suspeito de obstruir as investigações da Operação Lava Jato, assim como o senador Delcídio Amaral (PT-MS), ao tentarem comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República com base em conversas gravadas pelo filho de Cerveró, o senador petista ofereceu uma mesada de R$ 50 mil para que o ex-diretor da Petrobras não firmasse acordo de delação premiada ou, se feita a colaboração, poupasse o congressista e o BTG Pactual.
A verba seria financiada por André Esteves, segundo as conversas entre o parlamentar, o então advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, e o filho do ex-diretor, Bernardo Cerveró.
Kakay alega ao STF que a prisão temporária de Esteves foi baseada "única e exclusivamente" na fala de Delcídio, que, na mesma conversa, cita o nome de outras autoridades contra as quais não recaiu suspeita.
André Esteves nega que conheça Cerveró, o filho do ex-diretor ou o chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, e o advogado Edson Ribeiro. De acordo com o criminalista, o banqueiro conhece Delcídio assim como tem contato com outros parlamentares.
O banqueiro nega também que tenha tido acesso à minuta de delação premiada de Cerveró. Em conversas, Delcídio disse que o banqueiro tinha cópia do que o ex-diretor iria delatar ao Ministério Público.
"Contra o Esteves, o que sobrou foi a palavra do Delcídio, no meio de uma conversa em que ele cita várias outras autoridades. É uso indevido do nome. Sob todos os aspectos, é uma prisão injustificada", disse o advogado.