Brasil

Defesa de Adriana Ancelmo explica resgates em contas bloqueadas

Os advogados da esposa de Cabral dizem que o bloqueio foi determinado no dia 6 de fevereiro, mas o cumprimento da ordem ocorreu no dia 9 do mesmo mês

Adriana Ancelmo: a esposa de Cabral é ré por corrupção e lavagem de dinheiro do esquema de corrupção que seria liderado pelo seu marido (Agência Brasil/Agência Brasil)

Adriana Ancelmo: a esposa de Cabral é ré por corrupção e lavagem de dinheiro do esquema de corrupção que seria liderado pelo seu marido (Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de maio de 2017 às 21h46.

Rio - A defesa da ex-primeira dama do Rio Adriana Ancelmo informou nesta sexta-feira, 12, à Justiça que os resgates feitos em aplicação de previdência privada em benefício de um de seus filhos ocorreram antes "à concreta efetivação" da ordem de bloqueio nas suas contas.

Também negam que ela tenha feito a movimentação após ser presa.

A mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral afirmou em depoimento na última quarta-feira, 10, que teve R$ 1,2 milhão creditado em sua conta oriunda do investimento.

No documento entregue à 7ª Vara Federal Criminal do Rio, os advogados dizem que o bloqueio foi determinado no dia 6 de fevereiro, mas o cumprimento da ordem ocorreu no dia 9 do mesmo mês.

O resgate de R$ 1,21 milhão foi creditado na conta de Adriana no dia seguinte à determinação do bloqueio.

No entanto, os advogados alegam que a baixa pelo gerente deve se dar com cinco dias de antecedência.

Ou seja, teria sido anterior ao bloqueio.

"Importante dizer que Adriana não emitiu qualquer ordem de resgate enquanto se encontrava recolhida em estabelecimento prisional", diz a defesa.

Houve ainda um primeiro resgate, de R$ 1,18 milhão, em 1 de dezembro de 2016. Adriana foi presa cinco dias depois.

Os advogados dizem que o segundo resgate foi programado no mesmo momento da primeira ordem.

Teria sido pedido à gerente que a segunda quantia fosse creditada, automaticamente, quando os recursos da primeira estivessem acabando.

"O valor da segunda baixa (R$ 1,21 milhão) sequer chegou a ser utilizado, uma vez que o bloqueio efetivado em 9 de fevereiro acabou por incidir sobre a conta corrente de Adriana Ancelmo", dizem na petição.

No depoimento, Adriana disse que o dinheiro foi usado para pagamentos de honorários advocatícios dos profissionais que a defendem, além de dívidas com funcionários e outras despesas pessoas.

Ela é ré por corrupção e lavagem de dinheiro do esquema de corrupção que seria liderado pelo seu marido, o ex-governador Sergio Cabral do Rio (PMDB).

Adriana foi presa em dezembro e liberada para ir para casa em março. Está em prisão domiciliar em seu apartamento, no Leblon, onde moram seus dois filhos, de 10 e 14 anos.

Cabral está preso há seis meses no complexo de presídios de Bangu.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoOperação Lava JatoRio de JaneiroSérgio Cabral

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022