Desastres causados pela chuva em Duque de Caxias (RJ): segundo secretário, sistema de prevenção e alerta de desastres naturais já impediu que deslizamentos de terra causassem mortes (Vladimir Platonov/ABr)
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2014 às 13h13.
Rio de Janeiro - "Pela primeira vez, em sua história, o Rio de Janeiro tem um orçamento de R$ 50 milhões para prevenir desastres naturais." A afirmação é do secretário estadual de Defesa Civil, coronel Sérgio Simões.
Segundo ele, o orçamento reforçado possibilitou contratar meteorologistas, geólogos, geotécnicos, colocar em funcionamento um centro de monitoramento e alerta para desastres naturais e instalar sistemas de alerta e alarme.
"Em um passado recente, a Defesa Civil se limitava a fazer a gestão do desastre depois de ocorrido. Hoje, a Defesa Civil faz, efetivamente, uma administração do risco com medidas efetivas de proteção para a população”, explicou.
De acordo com Simões, o sistema de prevenção e alerta de desastres naturais já impediu que diversos deslizamentos de terra causem mortes e uma tragédia ainda maior.
“Nós temos dados significativos que demonstram que essa rede de sistema de alerta e alarme tem salvado vidas. Eu te digo um relato real na comunidade da Formiga [zona norte] em que uma pessoa não saiu de casa em desobediência ao sistema de alerta e alarme. Houve um escorregamento de terra que atingiu a casa dele. Como ele estava acordado por causa do alarme, conseguiu sair a tempo”, completou.
Hoje (23), o estado do Rio realiza a segunda Conferência Estadual de Proteção e Defesa Civil para debater as propostas sugeridas em reuniões municipais, sobre como proteger e alertar as pessoas que moram em área de risco de possíveis desastres geológicos.
O evento conta com a participação de 84 cidades, 91,3% dos municípios fluminenses. A conferência estadual vai selecionar as melhores propostas e enviar para Brasília, para a etapa nacional do encontro, que ocorre no início de novembro.
O secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, Adriano Pereira Júnior, destacou a prioridade que o governo está dando aos órgãos de Defesa Civil:
“A Defesa Civil brasileira nunca foi encarada como algo prioritário. Nunca esteve muito na pauta da mídia, da sociedade. A partir, provavelmente, daquele desastre na serra fluminense [em 2011], começou a ganhar mais força, o governo federal começou a dar mais impulso. A conferência é o momento que reúne as pessoas que trabalham diretamente na Defesa Civil para debatermos”, explicou.
De acordo com o secretário nacional, o Brasil vem se preparando para possíveis desastres naturais, instalando redes de alerta de prevenção e capacitando pessoas que moram em áreas de risco.
Além disso, aproximadamente dois mil municípios já fizeram conferências de proteção e defesa civil.
“O mundo está passando por uma fase que a gente não sabe se é por obra nossa, da nossa humanidade atacando a natureza, ou se é um ciclo. Mas estamos passando por uma fase de grandes desastres naturais. São grandes enchentes, recordes de frio, recordes de calor. E a Defesa Civil é quem tem que estar pronta para dar os alertas e diminuir os danos para as pessoas que moram nessas áreas [de risco]”, informou.