Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 22 de maio de 2024 às 15h05.
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu na terça-feira, 21, um alerta especial de atenção para chuvas na Metade Sul do estado. O comunicado fala sobre os riscos de chuvas entre 120mm e 150mm nos próximos dois dias.
O receio do órgão é que o nível de rios que já estão elevados, como o caso do Canal de São Gonçalo, suba com as novas chuvas. Outros rios e arroios da região, como Quaraí e Ibirapuitã, também podem trazer problemas para as comunidades em toda a fronteira sul.
“A combinação da chegada de bastante água do Guaíba na Lagoa dos Patos (na região de Pelotas e Rio Grande) mais o vento levando essas águas e a quantidade de chuva que pode cair é algo preocupante”, destaca o meteorologista Henrique Repinaldo, do Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
As cidades de São Lourenço do Sul, Pelotas, Arambaré, Rio Grande e São José do Norte estão em estado de alerta. A previsão é que o pico das cheias ocorra até quinta-feira, com mudança da direção dos ventos aliada a chuvas volumosas.
“Nos próximos dias, a gente vê um quadro com uma oscilação atingindo sempre níveis máximos, com estuário cheio, acima da média normal, mantendo áreas inundadas permanentemente, como em São José do Norte”, afirma Glauber Acunha Gonçalves, integrante do Centro de Ciências Computacionais, da Universidade Federal do Rio Grande (Furg). Ele explica que o sistema será sobrecarregado com a chegada das massas d’água que elevaram o Guaíba, com elevação considerável até quarta (22/5).
Os impactos dessas chuvas devem ser menores no Norte do estado. Dessa forma, os rios que contribuem para o elevar o nível do Guaíba, em Porto Alegre, não deverão apresentar grandes cheias – o que manterá a expectativa de manutenção da queda no nível do lago na capital.
Nesta quarta-feira, o nível do lago na altura o Cais Mauá, em Porto Alegre, está abaixo dos 4 metros pela primeira vez desde o dia 3 de maio. Na manhã desta quarta-feira, 22, às 5h o lago atingiu a cota de 3,93 metros, mas ainda é uma preocupação, pois segue acima do patamar de inundação, que é de 3 metros.
A última vez que houve um registro abaixo de 4 metros foi no dia 2 de maio às 23h15 com 3,69 metros, segundo registros da Rede Hidrometeorologia Nacional, da Agência Nacional de Águas (Ana).
Em meio a previsão de novas chuvas, o governo publicou nesta quarta-feira o decreto que atualiza a lista de municípios em estado de calamidade pública e em situação de emergência.
Foram identificados 46 municípios em estado de calamidade e 320 em situação de emergência. No documento mais recente, os números subiram para 78 e 340, respectivamente.
O número de residências sem energia elétrica ainda passa de 100 mil, considerando 71 mil da distribuidora CEEE Equatorial e 89 mil da RGE Sul.