Brasil

Decreto dos Portos: o novo teste de Temer na Justiça

ÀS SETE - Presidente é suspeito de ter editado o texto para atender a interesses privados do setor, em especial da empresa Rodrimar

Temer e Rocha Loures: presidente deve enviar à Polícia Federal as respostas por escrito de 50 perguntas feitas pelos investigadores sobre o decreto dos Portos (Foto/Divulgação)

Temer e Rocha Loures: presidente deve enviar à Polícia Federal as respostas por escrito de 50 perguntas feitas pelos investigadores sobre o decreto dos Portos (Foto/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 07h28.

Última atualização em 16 de janeiro de 2018 às 07h45.

O último dos inquéritos abertos contra o presidente Michel Temer será encaminha esta semana. Entre esta terça e quarta-feira, o peemedebista deve enviar à Polícia Federal as respostas por escrito de 50 perguntas feitas pelos investigadores sobre o decreto dos Portos.

A suspeita é que Temer tenha editado o texto para atender a interesses privados do setor, em especial da empresa Rodrimar, ao lado de seu ex-assessor especial Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), além de Antônio Celso Grecco e Rodrimar Ricardo Conrado Mesquita, dono e diretor da empresa.

Às Sete – um guia rápido para começar seu dia

Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:

O grupo é investigado por crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva. No decreto assinado pelo presidente Temer, a concessão para empresas de portos foi ampliada de 25 para 35 anos, com possibilidade de prorrogação até 70 anos.

A Rodrimar é uma das empresas largamente beneficiadas pela nova legislação na região do Porto de Santos, área de influência de Michel Temer há anos.

Rocha Loures seria o intermediário entre o presidente e a empresa, que teria distribuído propina em troca do texto benéfico.

Loures depôs no dia 8 de janeiro e procurou minimizar sua participação em absolutamente tudo. Disse não ser amigo pessoal do presidente e que as empresas do setor de portos "imaginavam" nele um interlocutor para o lobby com o Planalto.

A Rodrimar, no passado, afirmou que Loures participou do grupo criado pelo governo para discutir o decreto dos portos desde quando era assessor da Presidência. Agora, falta a versão de Temer.

O presidente planeja informalmente a sua defesa com seu amigo Antônio Cláudio Mariz de Oliveira. "Nossa esperança é que, com as respostas, a denúncia contra o presidente não venha", disse o criminalista.

Se vier, haverá uma "reprise de 2017": para se defender, o governo precisará pausar sua agenda de governo para trabalhar na sobrevivência no cargo.

Ontem, Temer teve um encontro fora da agenda com o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, em mais uma atitude que alimenta suspeitas de todo tipo.

Temer deve sobreviver, mas o modus operandi do governo e de seus aliados tem desgastado a imagem de recuperação e de otimismo que o Planalto tenta impor - e que o Brasil tanto precisa.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame HojeGoverno TemerJustiçaMichel Temer

Mais de Brasil

Defesa de Collor reitera pedido por prisão domiciliar com atestado de Parkinson e transtorno bipolar

Gilmar Mendes retira pedido e julgamento de Collor segue no plenário virtual

Bolsonaro segue na UTI, 'sem febre ou alterações da pressão', diz boletim médico

Desaceleração no fim de 2024 faz Brasil cair seis posições em ranking global da produção industrial