Brasil

Declarações foram mal interpretadas, diz Dilma sobre Saúde

Castro afirmou duas vezes, nos últimos seis dias, que o Brasil está "perdendo feio" a batalha contra o mosquito Aedes aegypti "há pelo menos uns 30 anos"


	Dilma Rousseff: apesar das declarações, o comentário feito por Castro provocou mal estar e dirigentes do PT chegaram a pedir, nos bastidores, a saída dele do governo
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Dilma Rousseff: apesar das declarações, o comentário feito por Castro provocou mal estar e dirigentes do PT chegaram a pedir, nos bastidores, a saída dele do governo (REUTERS/Ueslei Marcelino)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2016 às 17h50.

Quito - A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta quarta-feira, 27, o ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB), e disse estar "bastante satisfeita" com ele.

Castro afirmou duas vezes, nos últimos seis dias, que o Brasil está "perdendo feio" a batalha contra o mosquito Aedes aegypti "há pelo menos uns 30 anos", mas, para Dilma, ele "domina" o assunto e foi mal interpretado.

"A batalha não está perdida, não. Isso não é o que ele está pensando nem o que ele disse. O que ele disse é que, se nós todos não nos unirmos, e se a população não participar, nós perdemos essa guerra", afirmou a presidente, em Quito, onde participou da IV Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Apesar das declarações de Dilma, o comentário feito por Castro provocou mal estar no Palácio do Planalto e dirigentes do PT chegaram a pedir, nos bastidores, a saída dele do governo.

No PMDB, a avaliação foi a de que o ministro é mais um alvo de "fritura" por parte do PT, que perdeu a pasta em outubro do ano passado, quando Dilma contemplou o partido do vice Michel Temer para garantir a governabilidade diante das ameaças de impeachment.

"Se o ministro fizer uma exposição para vocês, ele domina bastante bem o assunto (sobre zika) e eu acho que vai ter um papel importante na reunião do Mercosul. Até porque ele tem feito todos os contatos para que haja essa cooperação entre nós e os laboratórios no exterior", insistiu a presidente, após anunciar uma reunião dos países que compõem o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela) para discutir estratégias conjuntas de combate ao mosquito transmissor da dengue e do zika vírus.

O encontro ocorrerá na terça-feira, em Montevidéu, com ministros da Saúde do Mercosul e será aberto a integrantes da Celac e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul).

"O que eu propus (na Celac) é que nós nos uníssemos em torno desse combate. Nós sabemos e vamos todos fazer um esforço, cooperar também na área de pesquisa científica e tecnológica.Mas nós sabemos que a única forma de cooperar agora é difundirmos entre nós as melhores práticas ou as melhores tecnologias de combate ao vírus", afirmou Dilma.

Mutirão

O governo também fará um mutirão, chamado pela presidente de "Dia da Faxina" do Governo Federal, para eliminar os focos de reprodução do mosquito.

"Você faz a mobilização, conscientiza, bota todas as Forças Armadas, bota todo o governo federal. Vamos fazer sistematicamente esse dia, para que as pessoas percebam que não é algo que você possa adiar e fazer depois. Até junho temos de fazer isso", insistiu ela.

Dilma reiterou que será produzida uma vacina contra o zika, mesmo que a iniciativa leve algum tempo.

"Nós já conseguimos desenvolver um bom resultado no caso da pesquisa para a vacina contra a dengue. O vírus da zika é novo, mas tem uma característica extremamente grave, porque afeta o sistema imunológico", comentou.

Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou "preocupante" a "explosiva proliferação" do zika por todos os países das Américas e cobrou "transparência" dos governos sobre o número de casos registrados.

Acompanhe tudo sobre:DengueDoençasMinistério da SaúdeSaúde no BrasilZika

Mais de Brasil

Aliança Global contra a Fome tem adesão de 41 países, diz ministro de Desenvolvimento Social

Polícia argentina prende brasileiro condenado por atos antidemocráticos de 8 de janeiro

Homem-bomba gastou R$ 1,5 mil em fogos de artifício dias antes do atentado

O que muda com projeto que proíbe celulares nas escolas em São Paulo