Petrobras: decisões técnicas sobre preços e volatilidade no mercado (Peter Dazeley/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 24 de setembro de 2024 às 16h30.
O diretor de Logística, Comercialização e Mercados da Petrobras, Claudio Schlosser, afirmou que a decisão de reduzir os preços dos combustíveis é “técnica”.
“Estamos hoje enfrentando um cenário bastante volátil. Nossa estratégia leva em conta nossos ativos, logística e cotações internacionais. E levamos em consideração também nosso market share, dosando isso. A volatilidade é muito grande. Nosso objetivo é reter essa volatilidade. Não antecipamos notícias relativas a aumentos ou reduções. Acompanhamos tecnicamente, observando o mercado, que tem sazonalidades. A decisão é técnica e é uma decisão da Petrobras. Se houver necessidade, é uma decisão técnica tomada pela companhia”, explicou Schlosser.
Schlosser destacou que a Petrobras não segue mais a paridade de preços internacionais. Ele lembrou que, em fevereiro, o petróleo chegou a US$ 94, mas recentemente caiu para US$ 70, antes de subir novamente para US$ 75.
“Não seguimos mais a PPI. Consideramos todos os elementos. Essa volatilidade altera bastante, e cada agente econômico tem uma formação de preço. Temos uma logística internacional eficiente. Levamos petróleo, o que nos traz vantagem competitiva, permitindo que o diesel seja competitivo com o diesel russo, que tem desconto por conta das sanções e restrições.”
Segundo o diretor, o diesel russo tem sido um concorrente forte no Brasil, respondendo por 80% a 90% do diesel importado. “Há sazonalidade no mercado internacional. Nesse segundo semestre, a Rússia tem safra e inverno, e começa a reduzir a oferta de diesel. Nossa estratégia é não repassar essa volatilidade. Se for necessário, ajustamos os preços”, completou.
Schlosser participou do painel “Os desafios da oferta futura de combustíveis e biocombustíveis”, na ROG.e (antiga Rio Oil & Gas), no Rio de Janeiro. Ele destacou que a Petrobras já oferta o R5, diesel com 5% de matéria-prima renovável.
“É um preço mais barato porque já está incluído no processo e não gera inflação. O R5 utiliza o que já existe, com baixíssimo custo. É uma resposta rápida às necessidades da sociedade”, afirmou.
O diretor também mencionou outros projetos, como uma refinaria 100% renovável na refinaria Riograndense, além de projetos para produção de SAF (combustível de aviação renovável) em Cubatão e Duque de Caxias.
O diretor ainda enfatizou a importância das parcerias da Petrobras para a transição energética, como o projeto de certificação em parceria com a Embrapa. Schlosser destacou que o Brasil tem um potencial único para suprir energia renovável sem afetar a alimentação.
“A segurança energética é um tema importante e podemos ser um fornecedor relevante. O Brasil já tem tecnologia e uma matéria-prima competitiva”, concluiu.