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Decisão de Dilma pode minar relação com EUA, diz NYT

Segundo reportagem, o cancelamento da visita ameaça minar anos de esforço de Washington em reconhecer o avanço do papel do Brasil no mundo em desenvolvimento


	Dilma e Obama: a decisão de Dilma mostra como as denúncias de espionagem estão deteriorando as relações de Washington com seus aliados, diz o jornal
 (Getty Images)

Dilma e Obama: a decisão de Dilma mostra como as denúncias de espionagem estão deteriorando as relações de Washington com seus aliados, diz o jornal (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2013 às 08h00.

Nova York - A suspensão da visita de Estado da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos ameaça minar anos de esforço de Washington em reconhecer o avanço do papel do Brasil no mundo em desenvolvimento e assim ofuscar a crescente influência da China nesses mercados, destaca uma reportagem do jornal The New York Times nesta quarta-feira sobre a decisão de Brasília de cancelar a visita agendada para outubro.

A decisão de Dilma mostra como as denúncias de espionagem feitas pelo ex-agente da CIA Edward Snowden estão deteriorando as relações de Washington com seus aliados, não só com o Brasil, mas também com países europeus, como a Alemanha, destaca a reportagem assinada pelo correspondente do Times no Brasil, Simon Romero.

O NYT ressalta que o cancelamento de uma visita de Estado, normalmente reservadas a parceiros comerciais relevantes e aliados mais próximos, é uma decisão muito rara no mundo diplomático e evidencia como foi negativa a repercussão no Brasil da espionagem envolvendo Dilma, assessores próximos e empresas como a Petrobras.

No caso de Dilma, o Times avalia que, em meio às eleições presidenciais de 2014, a decisão de adiar a visita aos EUA também pode ser entendida como uma tentativa da presidente de ganhar força dentro do PT, que cobra uma postura mais dura do governo brasileiro sobre as denúncias de espionagem.

A expectativa de resultados concretos para o encontro entre Dilma e Obama, que aconteceria nos dias 23 e 24 de outubro, era baixa, destaca o jornal norte-americano. Não se falava até agora em nenhum grande acordo comercial e Washington vinha resistindo a explicitamente apoiar o Brasil para uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, como o presidente Obama fez com a Índia em 2010.

O jornal destaca que as denúncias de espionagem ganharam grande repercussão no Brasil, com destaque diário nas redes de televisão e jornais, enquanto nos Estados Unidos o assunto acabou sendo ofuscado pela deterioração da situação na Síria.

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