Celso de Mello profere seu voto sobre a admissibilidade dos embargos infringentes em ações penais originárias de competência do STF (Gervásio Baptista/SCO/STF)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2013 às 18h39.
Sorocaba - A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), José Celso de Mello Filho, de acatar os embargos infringentes e determinar um novo julgamento para réus do mensalão causou reações diferentes entre os amigos do ministro em Tatuí, sua cidade natal, no interior de São Paulo. "O Celsinho deu uma aula magna de direito, mas não se fez justiça", reagiu o cirurgião dentista José Erasmo Negrão Peixoto, amigo do ministro há 40 anos, que esperava a rejeição dos embargos. "O Celsinho manteve a coerência, como sempre, e eu acertei a previsão", disse o advogado e professor de direito penal José Rubens do Amaral Lincoln, também amigo de longa data.
Na cidade de 114 mil habitantes, que acompanhou com atenção o julgamento - alguns escritórios de advocacia dispensaram funcionários mais cedo - os amigos mais próximos tratam o ministro de forma carinhosa, usando o diminutivo 'Celsinho'. Peixoto se considera um deles, mas esperava que o ministro atendesse aos apelos da rua e discorda de sua decisão. "Acima de todo o sistema processual tem o juízo de valor. Os crimes foram comprovados e era de se esperar que os réus já fossem cumprir as penas", diz o amigo que é também estudante de direito.
Lincoln, que foi amigo de infância de Celso de Mello, discorda e defende o ministro. "Ele é insuperável e mais uma vez deu uma decisão acertada, pois nosso sistema de direito consagra a ampla defesa." A prima do ministro Maria José de Almeida Mello, que também é procuradora do município, acreditava na aceitação dos embargos. Segundo ela, a decisão do ministro foi puramente técnica, levando em conta o que diz a lei. A prima espera ser visitada pelo ministro quando ele retornar a Tatuí, como sempre faz. Ela se formou em direito inspirada no primo jurista. Celso de Mello ainda não informou quando visitará a cidade.