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Decisão da OAB sobre Temer surpreendeu Planalto, diz Padilha

"A OAB, tradicionalmente, é uma entidade que tem sido sustentáculo da institucionalidade e da legalidade no exercício do poder no Brasil", disse o ministro

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (José Cruz/Agência Brasil)

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha (José Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 21 de maio de 2017 às 17h10.

Brasília - O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse neste domingo, 21, que a decisão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de protocolar na Câmara pedido de impeachment do presidente Michel Temer, diante da gravidade das delações da JBS, surpreendeu o governo. "É algo que surpreende porque a OAB, tradicionalmente, é uma entidade que tem sido sustentáculo da institucionalidade e da legalidade no exercício do poder no Brasil", afirmou Padilha à reportagem.

Na busca de um contraponto, o Palácio do Planalto também tenta arregimentar a adesão de outras entidades favoráveis à permanência do presidente. "Temos recebido muitos telefonemas de apoio de várias organizações da sociedade civil, especialmente empresariais", disse o ministro da Casa Civil.

Embora o PSDB e DEM já estejam avaliando, nos bastidores, uma saída alternativa para a crise, com a construção de um nome de consenso para substituir Temer, caso a situação fique insustentável, Padilha afirmou que os dois partidos estão "firmes" na base aliada. Questionado sobre a decisão do PSB de romper com o governo, o chefe da Casa Civil procurou amenizar o fato. "O PSB sempre foi dividido e vai continuar dividido", respondeu ele.

A reportagem apurou que as cúpulas do PSDB e do DEM só aguardam o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido feito pela defesa de Temer, que quer a suspensão do inquérito contra ele, para decidir se os dois partidos continuam ou não dando sustentação ao governo. O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, defensor do presidente, pede a suspensão do inquérito que investiga crimes de corrupção passiva, obstrução à investigação e organização criminosa, sob o argumento de que o áudio apresentado pelo dono da JBS, Joesley Batista, foi "fraudulento".

O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo, decidiu enviar o áudio para perícia da Polícia Federal e o julgamento do caso pelo plenário da Corte está marcado para quarta-feira. "O mais importante é a realização da perícia, que vai mostrar que a fita foi editada e não tem credibilidade", disse Padilha.

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