Jair Bolsonaro: Durante a campanha, o agora presidente chamou Alckmin de "chuchu" e o atrelou a corrupção (Fátima Meira/FuturaPress)
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2019 às 06h21.
Última atualização em 4 de abril de 2019 às 06h49.
Após três dias em Israel, o presidente Jair Bolsonaro está de volta nesta quinta-feira ao Brasil e, ao que parece, disposto a enfim mergulhar de cabeça nas negociações pela reforma da Previdência.
Em uma mudança de postura que já era cobrada por membros do próprio governo, Bolsonaro pretende expandir sua articulação em prol da reforma e gastará os próximos dias se reunindo com líderes partidários que podem dar base ao seu projeto. Um dos fatores que serviu de fermento à recente troca de farpas entre Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi justamente a falta de diálogo do pesselista com os parlamentares que darão fôlego à reforma.
Nesta quinta-feira, Bolsonaro dedica a agenda a deputados de seis partidos, e ao tucano Geraldo Alckmin. O encontro deverá rememorar o azedume eleitoral de 2018, quando Alckmin e Bolsonaro se atacaram mutuamente dentro e fora das propagandas veiculadas na televisão. Na época, a campanha do tucano investiu pesado em difamar a imagem do pesselista, criticando seu projeto de facilitar o porte de armas e atrelando a eventual vitória de Bolsonaro ao recesso do país.
Se por um lado, durante o período eleitoral de outubro, Alckmin chegou a declarar que “Bolsonaro e PT é a mesma coisa, corporativismo puro, não tem interesse público”, por outro, o então deputado retrucou xingando o tucano e o atrelando a um caso de corrupção: “Está o chuchu me atacando o tempo todo. Aquele cara acusado de roubar a merenda de nossos filhos”, disse se referindo à ‘máfia da merenda’ que levou políticos paulistas à prisão pelo recebimento de propinas.
Além do líder do PSDB Geraldo Alckmin, o presidente também deve se reunir, nos próximos dias, com os chefes de outras legendas: ACM Neto, do DEM; Ciro Nogueira, do PP; Romero Jucá, do MDB; Marcos Pereira, do PRB e Gilberto Kassab, do PSD.
Para aprovar a reforma, o governo precisa do apoio de, ao menos, 308 dos 513 deputados da câmara, que devem votar o projeto em dois turnos. Conseguindo a aceitação da pauta nesta casa, ela segue para o Senado, onde também necessita ser validada por maioria simples ─ 49 dos 81 Senadores ─ em mais duas rodadas.