Brasil

De Guedes a Bebianno: o contorno final da Previdência

A poucos dias do envio do texto ao Congresso, base governista tenta articular apoio, em meio a escândalo envolvendo uso do fundo partidário

HOSPITAL ALBERT EINSTEIN: Bolsonaro segue sem previsão de alta após cirurgia para retirar bolsa de colostomia  / REUTERS/Nacho Doce

HOSPITAL ALBERT EINSTEIN: Bolsonaro segue sem previsão de alta após cirurgia para retirar bolsa de colostomia / REUTERS/Nacho Doce

DR

Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2019 às 06h11.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2019 às 06h23.

O governo Bolsonaro vai enfrentar, a partir desta segunda-feira, 11, uma dura batalha em busca de apoio para a reforma da Previdência dentro e fora da Praça dos Três Poderes. Ao mesmo tempo em que governistas tentarão convencer parlamentares a votar a favor da pauta impopular, terão de montar uma estratégia de comunicação para explicar aos brasileiros por que é essencial tornar as regras de aposentadoria mais rígidas.

A expectativa é de que o texto seja apresentado ao Congresso até 20 de fevereiro, segundo Rodrigo Maia, presidente da Câmara, ou até o fim do mês, segundo o secretário especial de Previdência, Rogério Marinho. De qualquer forma, faltam poucos dias para que as conversas políticas sejam costuradas e o plano de comunicação, articulado, de tal forma que mostre que quem ganha menos paga menos e quem ganha mais paga mais.

A reforma da Previdência terá uma tramitação diferente, segundo Maia, em reportagem veiculada no jornal O Globo. A proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e, em seguida, seguirá para uma comissão especial. Só depois será apreciada pelo plenário. Por se tratar de proposta de emenda à Constituição (PEC), precisa do apoio mínimo de três quintos dos deputados (308 dos 513) para ser aprovada e enviada ao Senado.

Pontos importantes, no entanto, só serão definidos depois que o presidente Jair Bolsonaro receber alta do hospital, onde se recupera de uma cirurgia para retirar a bolsa de colostomia. Ainda não há previsão de alta. Ficará a cargo de Bolsonaro a definição das regras de transição e as idades mínimas para a aposentadoria, segundo o ministro de Economia, Paulo Guedes, em entrevista na última quinta-feira, 7.

“O presidente está se recuperando. Quando ele voltar, definirá algumas variáveis importantes como o tempo de transição, as idades e se o novo regime [trabalhista] vem agora ou não”, afirmou Guedes, na ocasião. De acordo com o último boletim médico, o presidente teve uma melhora significativa no quadro, mas, por ordens médicas, as visitas continuam restritas.

Tampouco ele tem atendido o telefone. O ministro Gustavo Bebianno, da Secretaria Geral da Presidência, ligou para tentar explicar a manchete da Folha de S.Paulo de domingo, 10, que revelou que o PSL (partido de Bolsonaro) repassou 400.000 reais da cota feminina do fundo eleitoral a uma candidata inexpressiva de Pernambuco, Maria de Lourdes Paixão. Ela fez pouco mais de 200 votos. Ficou sem falar com o presidente, segundo o jornal.

Já Guedes vai falar e muito nesta segunda-feira, mesmo com o presidente longe do Palácio do Planalto. Ele tem uma reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e com secretários da Fazenda, Orçamento e do Tesouro Nacional (Mansueto Almeida). Os trabalhos não param na ausência do presidente. Mas o contorno final do projeto, só com a alta de Bolsonaro.

Acompanhe tudo sobre:Exame HojeGoverno BolsonaroGustavo BebiannoPSL – Partido Social LiberalReforma da Previdência

Mais de Brasil

Agência do Banco do Brasil é alvo de assalto com reféns na grande SP

Desde o início do ano, 16 pessoas foram baleadas ao entrarem por engano em favelas do RJ

Justiça suspende revisão que permitiria construção de condomínios nos Jardins

Dino convoca para fevereiro audiência com nova cúpula do Congresso para discutir emendas