Jair Bolsonaro: entre os que manifestam intenção de votar no candidato do PSL, 84% afirmam que o debate não os levaria a alterar seu voto (Ricardo Moraes/Reuters)
Agência Brasil
Publicado em 19 de outubro de 2018 às 12h24.
Última atualização em 19 de outubro de 2018 às 12h47.
São Paulo – Os brasileiros querem ver debates entre os candidatos à Presidência da República. Foi o que apontou a segunda pesquisa do Instituto Datafolha de intenção de votos para o Planalto.
67% dos entrevistados acham muito importante a realização de debates, 13% acham pouco importante e 19% acreditam ser nada importante, 2% não responderam.
O Datafolha mostrou também que 73% dos entrevistados querem ver Jair Bolsonaro, candidato do PSL, nos debates. 23% das pessoas acreditam que o capitão reformado não deve comparecer às sabatinas e 4% não souberam responder.
Questionados se o debate poderia levá-los a escolher outro candidato e mudar a intenção de voto, 76% dos entrevistados responderam que não; 8% que a chance disso acontecer é pequena; 8% que é média e 6% que haveria grande chance de isso ocorrer.
Entre os que manifestam intenção de votar em Bolsonaro, 84% afirmam que o debate não os levaria a alterar seu voto. Já entre os que pretendem votar em Haddad, 76% afirmaram que não mudariam de opinião. Registrada na Justiça Eleitoral, a pesquisa tem margem de erro de dois pontos percentuais.
O levantamento foi feito nos dias 17 e 18 de outubro de 2018, foram realizadas 9.137 entrevistas presenciais em 341 municípios.
A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança de 95%. Isto significa que, considerando a margem de erro, a chance do resultado retratar a realidade é de 95%.
Em entrevista á Record divulgada em seu Facebook nesta sexta-feira (19), Bolsonaro disse que, apesar de ter sido liberado a “com restrições” pela equipe médica a sua participação nos debates finais do segundo turno dessa eleição, o capitão da reserva não deve comparecer às sabatinas.
“A evolução está sendo positiva e o laudo final fala que estou liberado com restrição por causa da bolsa colostomia. Ela pode se romper. A minha saúde em primeiro lugar”, disse Bolsonaro ao jornalista da Record, Eduardo Ribeiro.
O capitão da reserva também se disse preocupado com sua segurança e, por esse motivo também, dificilmente deverá ir aos debates.
“Se eu desistir ou morrer, pelas regras, quem vai para a disputa é o candidato que ficou em terceiro lugar. Não estou dizendo que algo vai me acontecer, mas o quadro está ai, cada um que faça as projeções. Eu iria a São Paulo hoje (sexta-feira, 19), mas fui desestimulado por causa da segurança”, afirmou o candidato.
Bolsonaro também disse que sua campanha não tem dinheiro para investir em notícias falsas que foram disparadas durante a campanha.
“Primeiro essa notícia vem da Folha (F.De São Paulo) e em nenhum momento da matéria eu fui acusado de ter estimulado essa prática. Falar do PT é muito fácil, eu não preciso mentir. Mas, peço aos meus apoiadores, que se por ventura fizeram isso, para parar porque isso é crime eleitoral.”
De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo desta quinta-feira, empresas estão comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT e de apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PSL) no WhatsApp.
Os contratos chegam a 12 milhões de reais e a Havan, que apoia Bolsonaro, está entre as compradoras, diz a reportagem.
A prática seria ilegal pois se trata de doação de campanha por empresas, o que é vedado pela atual legislação eleitoral. Além disso, é proibido o uso de dinheiro não declarado.