Agência de notícias
Publicado em 24 de março de 2024 às 11h51.
Em pauta no STF, a descriminalização das drogas ainda é vista como tema polêmico pela população brasileira. Uma nova pesquisa Datafolha divulgada neste sábado, 23, revelou que 67% dos entrevistados se disseram contra a descriminalização da maconha. O número representa um aumento em comparação ao levantamento anterior, realizado em setembro de 2023, quando 61% se diziam contrários.
Ainda de acordo com o levantamento, 31% dos brasileiros se revelaram favoráveis à descriminalização da maconha. O apoio caiu em comparação à pesquisa passada, que trazia uma porcentagem de 36% a favor.
A rejeição à descriminalização cresceu em todas as faixas etárias, inclusive entre os mais jovens. No segmento entre 16 e 24 anos, a oposição à liberação subiu de 46% para 55%. Já entre pessoas entre 25 e 34 anos, a opinião contrária cresceu de 56% para 65%.
O Datafolha também ouviu a população a respeito do abordo. A pesquisa apontou que 42% dos brasileiros defendem que a legislação sobre o aborto permaneça como está. Esse percentual era de 39% em 2022 e de 41% em 2018. De acordo com o Código Penal brasileiro, o aborto é liberado quando a gravidez colocar em risco a vida da gestante ou quando a gravidez for resultado de estupro. Além disso, o SFT estabeleceu que também não é crime fazer aborto em caso de anencefalia fetal (má formação do cérebro do feto).
Apenas 7% das mulheres brasileiras defendem que o aborto deve ser liberado em qualquer situação. Dentre os homens, o percentual é de 6%.
Por outro lado, 35% de homens e mulheres defendem a proibição do aborto no país em qualquer situação. Em 2022 e 2018, o número era de 32% e 41%, respectivamente.
Apesar da forte resistência à temática do aborto, o número de brasileiros favoráveis à descriminalização cresceu de 33%, em 2018, para 42% na atual pesquisa. Também caiu o número de pessoas favoráveis à prisão de mulheres em razão do aborto, de 58%, em 2018, para 52%, em 2024.
A pesquisa do Datafolha ouviu 2.002 pessoas maiores de 16 anos, entre os dias 19 e 20 de março, em 147 municípios de todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais e para menos.
Corre no Supremo Tribunal Federal (STF) o julgamento de um recurso que analisa se é crime o porte de drogas para consumo próprio. No momento, o processo está interrompido em razão de pedido de vista do ministro Dias Toffoli, sem previsão para retomada. Até o presente instante, o placar está em cinco votos a favor de descriminalizar o porte para uso pessoal, e três votos contra.