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CUT lança plataforma para pressionar parlamentar a votar contra reforma

A plataforma permite que qualquer pessoa entre em contato com parlamentares, por meio de redes sociais, e-mail ou WhatsApp

Manifestação do Dia do Trabalho em São Paulo, dia 1/5/2019 (Nacho Doce/Reuters)

Manifestação do Dia do Trabalho em São Paulo, dia 1/5/2019 (Nacho Doce/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de maio de 2019 às 17h45.

São Paulo - A Central Única dos Trabalhadores (CUT) lançou, nesta quarta-feira, 1º de maio, a plataforma virtual "Na Pressão", para que a população pressione deputados e senadores a votarem contra a reforma da Previdência.

A plataforma permite que qualquer pessoa entre em contato com parlamentares, por meio de redes sociais, e-mail ou WhatsApp. Com apenas alguns cliques, é possível enviar uma mensagem a deputados e senadores, que são divididos na plataforma em "a favor", "contra" e "indecisos", mas sem especificar como fizeram essa classificação.

"Vamos usar esta ferramenta para pressionar os parlamentares para que a gente derrote essa reforma que nada mais é do que o fim da aposentadoria no País", diz, em nota, o secretário de Comunicação da CUT, Roni Barbosa.

A mensagem que está disponível na plataforma para ser enviada aos parlamentares é: "Sr (a). Deputado (a): Vote NÃO à Reforma da Previdência! A PEC 06/2019 destrói o direito à Aposentadoria da maior parte da população brasileira. Tenha dignidade e não roube a minha aposentadoria!".

Nesta quarta-feira, 1º, as maiores centrais sindicais do país realizaram também um ato unificado do Dia do Trabalho, com a reforma da Previdência como principal alvo. Durante os protestos, foi anunciada ainda uma greve geral para 14 de junho.

Reforma desidratada

Após ser aprovada por 48 votos a favor e 18 contra na Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ) da Câmara, no dia 24 de abril, a reforma da Previdência está sendo analisada, agora, na Comissão Especial. É nessa fase que se espera as maiores modificações na proposta enviada pelo governo Bolsonaro ao Congresso.

O Centrão - um bloco de partidos que reúne PP, PR, DEM, PRB e Solidariedade - já sinalizou que deve alterar alguns pontos da proposta, como as mudanças na aposentadoria rural, no Benefício de Prestação Continuada (BPC), no abono salarial e na aposentadoria especial dos professores.

A desidratação da reforma na Comissão Especial pode comprometer a economia de R$ 1,237 trilhão em dez anos prevista pela equipe econômica do governo com a aprovação da PEC.

A reforma é considerada essencial pelo governo para equilibrar as contas públicas. O presidente Jair Bolsonaro chegou a afirmar, durante café da manhã com jornalistas em 25 de abril, que, se a reforma não for aprovada, "o caos vai se instalar". "Sem a reforma, ninguém mais vai confiar no Brasil", disse o presidente.

Após passar pela Comissão Especial, a reforma da Previdência ainda precisa ser votada em dois turnos no plenário da Câmara- e para ser aprovada precisa ter, nos dois turnos, 3/5 dos votos dos deputados (308) - antes de ser encaminhada ao Senado.

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