Fernando Azevedo e Silva e Jair Bolsonaro: governo apresentou reforma da Previdência dos militares para destravar a PEC do regime geral (Marcos Corrêa/PR/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de março de 2019 às 08h06.
Última atualização em 21 de março de 2019 às 08h07.
A polêmica reforma militar
No limite do prazo final para a apresentação do anexo que trata da reformada da previdência social para as Forças Armadas, no fim da tarde quarta-feira, 20, o presidente Jair Bolsonaro entregou a versão final do projeto redigido por sua equipe econômica ao presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Segundo analistas consultados por EXAME, em vez de ser o estopim para a aprovação da Previdência, o texto dar início a uma nova frente de atritos para o governo. O governo informou que, com as mudanças para os militares, espera obter, nos próximos dez anos, uma economia de 97, 3 bilhões de reais. Entretanto, como os gastos com a reestruturação de carreiras irá utilizar um montante de cerca de 86,85 bi, o ganho real do governo será poupar cerca de 10,45 bilhões de reais na próxima década. “É um tiro no pé do governo dado pelo próprio governo”, diz Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados e colunista de EXAME.
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Governo vai vistoriar Enem
O Inep, órgão responsável pela organização do Exame Nacional do Ensino Médio, instalou nesta quarta-feira, 20, uma comissão para avaliar as questões que estão disponíveis para serem utilizadas na prova e decidir quais ficarão de fora. No final do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou que seu governo tomaria conhecimento prévio do exame. Embora não seja exatamente o que Bolsonaro havia prometido, o grupo terá acesso ao ambiente seguro do Inep e dez dias para concluir o trabalho de escolher quais questões devem ficar de fora do exame. De acordo com a portaria publicada hoje, uma comissão de três homens será responsável por avaliar os itens disponíveis para a montagem da edição de 2019 do Enem.
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Cai aprovação de Bolsonaro
O instituto Ibope divulgou na tarde desta quarta-feira, 20, que 34% dos brasileiros aprovam o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). O número é um terço menor que o apresentado no primeiro levantamento do instituto, feito em janeiro, quando 49% da população disse estar satisfeita com a administração do presidente. Em fevereiro, eram 39%. Também na pesquisa divulgada esta quarta, outros 34% disseram considerar seu governo regular, e 24% afirmaram que é ruim ou péssimo. 8% não responderam. Em comparação com o primeiro mandato de Dilma, Lula, Fernando Henrique e Collor, Bolsonaro tem a taxa de aprovação mais baixa. Sua popularidade só é maior que a apresentada por FHC e Dilma no começo de seus segundos mandatos.
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Cresce número de lares sem renda
Levantamento divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta quarta-feira, 20, mostra que aumentou o número de casas no Brasil sem alguma renda gerada por trabalho e o de casas com remuneração muito baixa. O Ipea usou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, feita pela IBGE. No quarto trimestre de 2018, 22,2% dos domicílios não tinham nenhum morador desempenhando uma atividade remunerada. No mesmo período de 2017, eram 21,5%. O número de domicílios de baixa renda subiu de 29,8% no último trimestre de 2017 para 30,1% em 2018. O Instituto ainda pontuou que a diferença de ganhos salariais das famílias mais ricas aumentou em relação às famílias de renda média e baixa.
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Argentina de olho
A Argentina afirmou nesta quarta-feira que observa com “especial atenção” a decisão do Brasil de outorgar aos Estados Unidos uma cota para importação de trigo com tarifa zero. “A Argentina segue com especial atenção o anúncio do governo do Brasil referente à reabertura de uma cota com tarifa 0% para 750.000 toneladas de trigo por fora da Tarifa Externa Comum do Mercosul (AEC) de 10%”, afirmou a chancelaria argentina em comunicado. O governo de Mauricio Macri disse a este respeito que “iniciou conversas com as autoridades do Brasil e demais parceiros do Mercosul”, bloco integrado ainda por Paraguai e Uruguai.
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Nova Zelândia proíbe semiautomáticas
A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, anunciou nesta quinta-feira que seu país proibirá as armas semiautomáticas de estilo militar como as usadas no ataque supremacista da última sexta-feira, 15, enquanto que a polícia identificou todas as vítimas. Em um pronunciamento transmitido ao vivo para todo o país, Ardern disse esperar que a nova lei sobre uso de armas esteja pronta no próximo dia 11 de abril, iniciativa que recebeu um amplo apoio popular após o massacre onde 50 pessoas foram mortas. “Agora, seis dias após o ataque, vamos anunciar uma proibição de todos os fuzis de assalto e armas semiautomáticas de estilo militar na Nova Zelândia”, disse a governante.
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Prisão perpétua por genocídio
O ex-líder político da Bósnia, Radovan Karadzic, foi sentenciado à prisão perpétua pelo genocídio que aconteceu nos Balcãs durante guerra nos anos 1990. Juízes do tribunal da ONU em Haia ampliaram a sentença anterior, de 40 anos de prisão, por seus crimes durante a guerra da Bósnia, quando mais de 8 mil homens e crianças muçulmanas foram mortos pelo exército separatista na cidade de Srebrenica em 1995. Durante o conflito, ele liderou uma campanha para expulsar croatas e muçulmanos de uma região bósnia reivindicada pelos sérvios. A decisão proferida nesta quarta-feira, 20, é final e não poderá ser contestada.
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Cazaquistão renomeia capital
Em homenagem ao ex-presidente Nursultan Nazarbayev, que governou o Cazaquistão pelos últimos 30 anos, o país asiático decidiu renomear sua capital Astana nesta quarta-feira, 20, para o nome de Nursultan. O político entregou seu cargo na última terça-feira, 19, para o presidente do Senado, Kasym-Jomart Tokayev, que foi quem decidiu fazer a alteração no nome da cidade para homenageá-lo. Apesar da renúncia, Nazarbayev continua sendo uma figura central na política do país, já que ainda preside o Conselho de Segurança e chefia o partido Nur Otan.