Lula (Rodolfo Buhrer/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2017 às 07h27.
Última atualização em 10 de outubro de 2017 às 07h38.
Os recibos de Lula
O juiz federal Sérgio Moro pediu esclarecimentos “expressamente” ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito dos originais dos recibos do aluguel do apartamento vizinho ao seu, em São Bernardo do Campo.
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Segundo o Ministério Público Federal, o imóvel atribuído ao engenheiro Glaucos da Costamarques é parte do pagamento de propina da Odebrecht ao petista em troca de contratos com a Petrobras, junto com um terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula.
Os recibos apresentados pela defesa, dizem os procuradores, são “ideologicamente falsos” e precisam passar por perícia. “[Lula] Deverá esclarecer expressamente se dispõe dos originais dos recibos e, se positivo, depositá-los em secretaria”, diz a decisão de Moro.
“A realização de perícia nos recibos irá demonstrar que eles são idôneos e que foram assinados pelo proprietário do imóvel, dando quitação dos aluguéis à D. Marisa, que contratou a locação”, diz o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins.
“O questionamento do MPF é uma tática ilusionista de quem não conseguiu provar que valores provenientes de contratos da Petrobras beneficiaram o ex-presidente Lula”.
Prisão de Nuzman
A Justiça Federal autorizou nesta segunda-feira que o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, passe para o regime de prisão preventiva, sem prazo para terminar, segundo pedido do Ministério Público Federal.
A detenção foi motivada por uma suposta ocultação de patrimônio. Nuzman foi detido pela a Operação Unfair Play, que averigua a compra de votos para eleger o Rio como cidade-sede da Olimpíada de 2016.
O prazo de temporária venceria hoje e o juiz federal Marcelo Bretas tomou sua decisão no fim da tarde. O ex-diretor de Marketing e Comunicação do COB Leonardo Gryner teve o pedido de prisão temporária renovado.
Bolsonaro nos Estados Unidos
Em caravana pelos Estados Unidos, o deputado federal e pré-candidato a presidente da República Jair Bolsonaro disse nesta segunda-feira que o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, “serve de exemplo” para ele.
“Sei da distância minha para o Trump, mas, havendo possibilidade, pretendo me aproximar dele para o bem do Brasil e dos Estados Unidos. Serve para levar muitos exemplos daqui para o Brasil”, disso.
Bolsonaro faz sua segunda parada no país, agora em Boston, Massachussets, onde participou de um encontro com líderes evangélicos. Na agenda dos discursos, Bolsonaro ressaltou o patriotismo americano desde a escola no país e falou em “pôr um ponto final na doutrinação e sexualização das crianças” do ensino público no Brasil.
Novamente, retomou a ideia de trazer militares para o governo caso seja eleito presidente e negou a ditadura, chamando a ocasião de “período de presidentes militares” e justificou excessos “porque em guerras morrem inocentes”.
Recuperação fiscal do Rio
O governo do Rio de Janeiro deu o primeiro passo no pedido de empréstimo da União, como consequência da assinatura do Plano de Recuperação Fiscal com o governo federal. A Secretaria de Fazenda publicou edital pedindo 2,9 bilhões de reais ao governo, cerca de 600 milhões de reais a menos do que estimado inicialmente pelo governo federal.
Diz o governo do estado que foi feita uma “avaliação mais conservadora” do valor que será arrecadado com a privatização da Cedae, cujas ações servem de garantia para o empréstimo.
Segundo o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), o dinheiro do empréstimo vai garantir a quitação de atrasados e mais “uns três, quatro meses” de pagamento do funcionalismo público. Os servidores não receberam 13º salário de 2016 e os salários de agosto estão atrasados para 38.607 ativos e inativos.
Fundos: recorde de captação
A captação líquida da indústria de fundos de investimento bateu recorde, segundo a Anbima (associação das entidades de mercado). Até setembro os fundos tiveram captação líquida de 220,7 bilhões de reais.
O valor representa uma alta de 165,9% em relação ao mesmo período de 2016. Só no terceiro trimestre, a captação somou 90,1 bilhões de reais. Carlos Ambrósio, vice-presidente da Anbima, ressaltou que o recorde é uma resposta aos sinais de recuperação da economia brasileira.
Moodys rebaixa perspectiva dos bancos
A agência de classificação de risco Moodys mudou a perspectiva do sistema bancário brasileiro de estável para negativa. Segundo a agência, o movimento reflete o risco que as incertezas políticas podem causar nos fundamentos financeiros dos bancos, em especial os riscos de ativos e a rentabilidade.
“Em consequência, embora os bancos estejam saindo da recessão econômica, com risco de ativos administrável, não antecipamos uma redução material na inadimplência”, afirmou.
Para a agência, mesmo com o alívio da inflação e dos juros mais baixos, “a inadimplência seguirá alta nos próximos 12 a 18 meses devido aos níveis ainda elevados de desemprego e resultados corporativos fracos”.
Imigração na mira
As políticas de restrição a imigrantes tiveram novidades importantes dos dois lados do Atlântico nesta segunda-feira. Nos Estados Unidos, Donald Trump propôs novas políticas migratórias, muito mais restritas.
O presidente americano divulgou um relatório com as condições para a permanência dosdreamers, jovens imigrantes que foram ilegalmente para o país nos últimos dez anos.
Entre os requisitos para a negociação com o Congresso, Trump exige a liberação para a construção do muro na fronteira entre o país e o México, além do fim da entrada de novos imigrantes e do aumento de verba para a fiscalização das fronteiras.
A Alemanha, país que mais recebeu imigrantes na União Europeia em 2017, também propôs regras mais restritivas. O governo anunciou, nesta segunda-feira, que vai limitar a entrada de imigrantes no país.
O plano é parte de um acordo, realizado entre os partidos conversadores CSU (partido de Angela Merkel) e CDU, e limita a 200.000 o número de imigrantes que poderão entrar no país, por ano (cerca de 25% do número de imigrantes do último ano).
May passa a responsabilidade
Theresa May dividiu a responsabilidade do Brexit com a União Europeia. Em discurso ao parlamento britânico, nesta segunda-feira, a primeira ministra do Reino Unido afirmou que, embora a saída do bloco não vá ser suave, ela deve ser vantajosa para os dois lados.
Para ela, as negociações e futuras parcerias necessitam de flexibilidade do Reino Unido e das 27 nações do bloco europeu. O discurso foi uma tentativa de retomar o poder e a confiança do poder legislativo britânico.
Na semana passada, alguns membros de seu partido declararam que desejavam a saída de May, o que poderia dificultar ainda mais as negociações com a União Europeia.
EUA suspende vistos para turcos
O governo dos Estados Unidos suspendeu, nesta segunda-feira, a emissão de vistos para cidadãos turcos. Imediatamente depois, o governo turco também suspendeu a emissão de vistos para americanos.
Segundo o governo dos Estados Unidos, a suspensão da emissão foi justificada pela necessidade de a Turquia reconsiderar o compromisso com a segurança dos funcionários americanos no país. Na semana passada, a polícia turca prendeu um funcionário da embaixada americana sob a acusação de que ele teria participado da tentativa de golpe ao presidente turco, em 2016. Desde a tentativa, o governo turco tem se afastado do governo americano, e se aproximado da Rússia.
No fim do mês passado, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan criticou a postura dos Estados Unidos, afirmando que o governo teria apoiado o referendo de independência curda, reprovado pela Turquia.
Google sabia de propagandas russas
O Google sabia das propagandas russas no Youtube, Gmail e Google Search. Segundo reportagem da Reuters, publicada nesta segunda-feira, a empresa conhecia a existência das propagandas desde o meio do ano passado. Ainda de acordo com a reportagem, a publicidade não foi feita pelas mesmas contas do Facebook, mas também vieram da Rússia.
Cerca de 100.000 dólares foram gastos com propagandas de cunho político, no mesmo período das eleições presidenciais nos Estados Unidos. Procurada, a empresa afirmou que está investigando o fato, classificado como “abuso do sistema”. Além do Google, o Facebook e Twitter estão sendo investigados pelo governo americano.