Imagem de arquivo de Donald Trump: presidente americano avalia cortar os subsídios para a General Motors (Carlos Barria/Reuters)
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2018 às 07h17.
Última atualização em 28 de novembro de 2018 às 07h18.
Eduardo pelos Estados Unidos
O deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidente eleito Jair Bolsonaro, confirmou nesta terça-feira em visita a Washington que a embaixada brasileira em Israel será transferida de Tel Aviv para Jerusalém. “A questão não é perguntar se vai, a questão é perguntar quando será”, afirmou. A mudança, já realizada por Donald Trump, contraria resolução da ONU e faria o Brasil entrar em conflito diplomático com a comunidade árabe. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente eleito, Jair Bolsonaro, está viajando pelos Estados unidos, onde tem discutido a situação da Venezuela e acordos comerciais entre o Brasil e o governo americano. Após se reunir com representantes do Departamento de Estado, do Conselho de Segurança Nacional, da vice-Presidência dos Estados Unidos e do Departamento de Comércio, Eduardo Bolsonaro sugeriu que a estratégia em relação à Venezuela passará pela cooperação entre Ministério da Justiça, que será conduzido por Sergio Moro, e pelo Itamaraty, com o embaixador Ernesto Araújo. Eduardo Bolsonaro disse que as conversas nos EUA têm sido “muito receptivas” e “muito boas”. Ele pretende ser um “cartão de visitas” do governo do pai no estreitamento da relação com os americanos.
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Dodge: aprovar, mas com ressalvas
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, considerou que as contas da campanha do presidente eleito, Jair Bolsonaro, devem ser aprovadas com as ressalvas levantadas no relatório da área técnica do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), apresentado no última final de semana. No documento enviado ao TSE, Dodge, que também é a procuradora-geral eleitoral, destaca que foram constatadas irregularidades no valor de 171 mil reais, o que representa 3,9% do total de gastos, mas ressalta que o parecer técnico aponta que as inconsistências encontradas não comprometem a prestação de contas da campanha. A aprovação com ressalvas não inviabilizaria as contas da chapa de Bolsonaro. Em defesa apresentada ao TSE, a campanha alegou que a quantidade de doadores (24.986 por meio de financiamento coletivo) torna a “pesquisa cadastral muito difícil de ser realizada, em vista do volume de doadores a serem ‘investigados’”. Na manifestação entregue ao TSE, Dodge relata as irregularidades, mas destaca que houve “preservação do princípio da transparência e do controle social quanto à identificação dos doadores” e dos dados da doação. A irregularidade apontada, diz, é de “natureza formal e não compromete a confiabilidade das contas prestadas”, afirmou a procuradora-geral.
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Bolsonaro bem aceito
A pesquisa mensal da XP/Ipesp, divulgada nesta terça-feira (27). Mostrou que a população brasileira tem aceitado bem os nomes escolhidos pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro, para ocuparem os cargos no governo do ano que vem. Os resultados mostram que 63% dos entrevistados aprovam os indicados para chefiar os ministérios de Bolsonaro, 57% esperam uma boa gestão do presidente eleito e 20% acreditam que ele fará uma gestão negativa. Segundo os dados segmentados, os mais otimistas com a gestão do futuro presidente são homens (62%), da região Sul (67%), com ensino médio completo (61%), com mais de 55 anos (62%) e evangélicos (68%). De acordo com os números, 38% dos entrevistados acreditam que nos próximos 6 meses a equipe do presidente eleito vai fazer com que a corrupção reduza no país, enquanto 18% creem que ela irá diminuir drasticamente e 23% pensam que continuará na mesma.
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Mais um economista
O economista Abraham Weintraub deverá ser o secretário-executivo da Casa Civil, sob o comando de Onyx Lorenzoni, e assumir o papel de principal articulador com o Congresso da reforma da Previdência no futuro governo de Jair Bolsonaro. Segundo a agência de notícias Reuters, o professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Abraham e Arthur Weintraub, seu irmão, estavam no primeiro grupo de pessoas nomeadas para o gabinete de transição pelo ministro coordenador, Onyx Lorenzoni. Ambos foram apresentados a Bolsonaro pelo próprio Onyx e foram os primeiros economistas a se juntar ao grupo bolsonarista -antes mesmo do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes. Abraham e Arthur chegaram a acompanhar Bolsonaro na viagem que o presidente eleito -à época apenas pré-candidato à Presidência- fez a Seul e Taiwan em março deste ano. Abraham tem mantido reuniões com alguma frequência com o atual secretário-executivo da Casa Civil, Daniel Sigelman, sobre a estrutura da pasta, mas também conversas frequentes com o secretário da Previência, Marcelo Caetano.
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Fachin libera
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin liberou, nesta terça-feira (27), que a Segunda Turma da Corte julgue o pedido de liberdade feito pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 5 de novembro. Sem data para que o colegiado analise o habeas corpus, que usa como argumento a ida do ex-juiz federal Sérgio Moro para o Ministério da Justiça de Bolsonaro, caberá ao presidente da Turma, o ministro Ricardo Lewandowski, determinar quando a questão será pautada. No começo de novembro, a defesa de Lula entrou com um pedido de habeas corpus no STF com base na suspeição do juiz Sérgio Moro, alegando a perda da imparcialidade do magistrado, após aceitar o convite para ser ministro da Justiça no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro. Os advogados do ex-presidente alegam que o juiz estabeleceu “relação de inimizade capital” com Lula e também apontaram interesses “exoprocessuais” de Moro. A defesa pede que o STF decrete a nulidade de todos os atos processuais relativos ao processo sobre o tríplex no Guarujá (SP), em que Lula já foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro e pelo qual cumpre pena em Curitiba desde abril.
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Superávit em outubro
O Brasil registrou superávit em transações correntes de 329 milhões de dólares em outubro, o Banco Central nesta terça-feira. No mês, os investimentos diretos no país (IDP) somaram 10,382 bilhões de dólares, acima da projeção de analistas de 8,5 bilhões de dólares. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o déficit das transações correntes é de 11,333 bilhões de dólares, bem acima do rombo de 1,419 bilhão de dólares de igual período do ano passado. Em 12 meses, o saldo negativo soma 15,401 bilhões de dólares, correspondente a 0,80% do Produto Interno Bruto (PIB). O BC piorou sua projeção para o ano a um déficit de 14,3 bilhões de dólares, sobre 11,5 bilhões de dólares antes, principalmente por um cálculo mais modesto para a balança comercial em meio à recuperação da economia, quadro que vem fazendo as importações cresceram mais que as exportações. Em outubro, contudo, a balança demonstrou vigor, ficando positiva em 5,448 bilhões de dólares, alta de 10,9% sobre um ano antes.
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Arrecadação em alta
Dados da Receita Federal, publicados nesta terça, mostraram que a arrecadação do governo federal teve alta real de 4,12% em outubro na comparação com igual mês de 2017, a 131,880 bilhões de reais, ajudada pelo impulso com tributos recolhidos das empresas em função de melhor resultado das companhias. O dado veio melhor que a expectativa de 127 bilhões de reais apontada por analistas em pesquisa da Reuters, e representou o melhor dado para o mês desde 2016. Do lado positivo, o Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ)/Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) teve alta de 17,01% sobre outubro do ano passado, num ganho de 3,574 bilhões de reais para a Receita. Em apresentação, o órgão destacou que isso também deveu-se à redução dos valores compensados contra a estimativa mensal. As demais receitas administradas (ue excluem os vultosos ganhos que vêm sendo observados com royalties do petróleo) tiveram recuo de 7,43% (-3,808 bilhões de reais), influenciadas pelo recuo em programas especiais de parcelamento. O mês de outubro de 2017 foi marcado pelo ingresso de parte da entrada obrigatória do Refis, afetando negativamente a base de comparação para este ano. No acumulado dos 10 primeiros meses de 2018, o crescimento real da arrecadação foi de 5,98%, a 1,196 trilhão de reais, informou a Receita.
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Retaliação de Trump
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou estar avaliando cortar os subsídios para a General Motors após a maior fabricante de veículos dos Estados Unidos afirmar que fechará quatro fábricas nos EUA e demitirá milhares de funcionários. Trump também criticou a GM por não fechar unidades no México e na China. “Os EUA salvaram a General Motors, e esse é o OBRIGADO que recebemos! Nós estamos agora considerando cortar todos dos subsídios da GM, incluindo… para carros elétricos”, disse Trump no Twitter. Os veículos elétricos da GM são elegíveis a um crédito fiscal sob lei federal, mas não está claro como a administração poderia restringir esses créditos.
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El Niño chegando
Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU, publicados nesta terça, mostraram que há uma chance de 75 a 80% de um fraco padrão climático de El Niño se formar até fevereiro e uma probabilidade ligeiramente menor de que continuará durante o inverno no Hemisfério Norte. A previsão, baseada em modelos de todo o mundo, estava alinhada com a de um braço do governo dos EUA, o Centro de Previsão Climática do Serviço Nacional do Clima, divulgada no início deste mês. O El Niño –um aquecimento das águas superficiais no leste e no centro do oceano Pacífico, que normalmente ocorre a cada poucos anos– foi registrado pela última vez entre 2015 e 2016 e causou danos às culturas agrícolas, incêndios e inundações repentinas.
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Fed: 2019 “diferente”
Em entrevista à agência de notícias Reuters, o o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, afirmou que o Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos) Fed pode enfrentar um ano de decisões difíceis, com juros ainda baixos para os padrões históricos, mas o crescimento diminuindo, No momento em que altas anteriores do Fed começam a conter o mercado imobiliário e outros, e o estímulo de cortes tributários e gastos do governo começa a se dissipar. “Se há ou não fissuras na performance da economia dos EUA é um dos maiores desafios para o Fed avançar”, disse Bullard, que se torna num membro votante do Fed em janeiro. “Eu não tenho nenhuma razão para duvidar que a economia vai desacelerar em 2019 e 2020. Seria muito mais difícil para o Fed continuar a elevar juros nesse ritmo em uma economia em desaceleração com relação a onde estivemos.”