BRT de Curitiba: o TRT julgou a catraca livre como um movimento legal (Igor DiCastro/Facebook Prefeitura de Curitiba)
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2014 às 11h20.
Curitiba - Um dia após o inédito movimento de catraca livre, provocado pela greve de cobradores do transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana e que gerou prejuízo de R$ 2,5 milhões, a população de Curitiba amanheceu nesta sexta-feira (27) com 100% do transporte paralisado.
A justificativa do sindicato que representa as empresas é a de que os ônibus devem transitar com motoristas e cobradores - com exceção dos motoristas que têm função dupla - para ficar dentro dos critérios da lei.
Apesar disso, o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) culpa o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba (Sindimoc) por impedir alguns profissionais de trabalharem.
Para tentar resolver o problema está prevista uma reunião entre os dois sindicatos e a Prefeitura, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) durante a tarde. Ontem, o TRT julgou a catraca livre como um movimento legal e não abusivo.
Para tentar reduzir o problema provocado pela paralisação, o presidente da Urbs, autarquia responsável pelo transporte coletivo da capital e Região Metropolitana, Roberto Gregório, disse à imprensa que a Prefeitura está cadastrando veículos particulares para serem colocados à disposição da população com tarifa máxima de até R$ 6,00 por passageiro.
"Hoje nós optamos por adotar o fretamento particular e já está em operação e determinou que a frota pública do município fosse colocada à disposição. Não estamos a favor nem de um sindicato ou de outro, mas do interesse público", avaliou. Até as 10 horas haviam sido cadastrados 60 veículos particulares.
Com relação a parada total da frota, os dois sindicatos tentam se eximir de responsabilidade. Segundo o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, os ônibus iriam circular da mesma forma que na quinta-feira.
"Na verdade a greve é dos cobradores e os empresários não permitiram que os ônibus saíssem hoje, ou seja, um desrespeito a toda a população".
Já o presidente do Setransp, Maurício Gulin, acusou o Sindimoc de promover piquetes. "Temos documentos e imagens que provam isso, alguns colaboradores do sindicato tentando impedir a saída dos ônibus. Nós queremos cumprir a lei", completou.