Brasil

Cúpula do Novo monta sua 'base' em Minas Gerais

O presidente nacional do partido, João Amoêdo, viaja pelo menos uma vez por semana ao Estado para reuniões

O presidente nacional do partido, João Amoêdo: toda semana em BH (Alexandre Schneider/VEJA)

O presidente nacional do partido, João Amoêdo: toda semana em BH (Alexandre Schneider/VEJA)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de novembro de 2018 às 17h27.

Última atualização em 25 de novembro de 2018 às 17h38.

Belo Horizonte - A cúpula do Novo assumiu postos-chave na transição de governo em Minas Gerais para montagem do secretariado de Romeu Zema e na renegociação de dívida junto à União, hoje em cerca de R$ 90 bilhões. O presidente nacional do partido, João Amoêdo, viaja pelo menos uma vez por semana ao Estado para reuniões - a mais recente ocorreu na terça-feira passada. Nas finanças, o ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco, coordenador econômico do Novo, passou a exercer a mesma função na equipe do governador eleito em Minas para articulações sobre o passivo do Estado em Brasília.

A renegociação da dívida é vista por Zema como ponto crucial. A Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019 enviada pelo atual governador, Fernando Pimentel (PT), à Assembleia Legislativa prevê déficit de R$ 5,6 bilhões para o período. Desde fevereiro de 2016, o funcionalismo público mineiro recebe os salários de forma escalonada. Nas reuniões com representantes do governo federal, Gustavo Franco, que já foi filiado ao PSDB, discute com técnicos medidas que podem ser tomadas pelo Estado para que, em contrapartida, a dívida seja renegociada.

A concentração de esforços em Minas acontece porque o Estado é o primeiro a ser governado pelo Novo, e a avaliação é de que uma administração bem conduzida no Palácio Tiradentes pode abrir espaço nacional para a legenda nas eleições seguintes. "Um bom governo demonstra definitivamente que é possível uma nova forma de governar. Será fabuloso para o Novo, mas será também muito bom para o Brasil, e ficará claro que não é preciso depender de velhas oligarquias da política", disse o vereador Mateus Simões, coordenador da equipe da transição de Zema.

Apesar de ter vencido a disputa em um dos principais Estados do País, o Novo, criado em 2011, é um partido ainda em "fase de testes". A sigla teve registro aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2015. Nas eleições municipais de 2016 quatro vereadores venceram a briga para Câmaras de Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Em outubro, conseguiu eleger oito deputados federais, 11 estaduais e um distrital.

Programação

As reuniões de Zema e Amoêdo em Minas Gerais têm como principal objetivo definir ações para os 100 primeiros dias de governo. Ainda na área política, segundo o coordenador da equipe de transição do governador eleito, a expectativa é de que todo o secretariado seja anunciado até o dia 15 de dezembro. A escolha não será divulgada em bloco. "A decisão tomada é no sentido de divulgar cada nome por área temática", afirmou Simões.

Um dos primeiros secretários a ser anunciado, segundo o vereador, será o da Fazenda, o que pode ocorrer nesta semana. A explicação é que as próximas agendas em Brasília para discussão da dívida já devem ser feitas com o indicado para o cargo. Segundo Simões, as negociações com Gustavo Franco à frente já estão adiantadas e que, agora, é preciso ter o diagnóstico financeiro do Estado em mãos para que se possa definir propostas.

Acompanhe tudo sobre:Minas GeraisPartido Novo

Mais de Brasil

STF rejeita recurso e mantém pena de Collor após condenação na Lava-Jato

O que abre e o que fecha em SP no feriado de 15 de novembro

Zema propõe privatizações da Cemig e Copasa e deve enfrentar resistência

Lula discute atentado com ministros; governo vê conexão com episódios iniciados na campanha de 2022