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Cúpula do Itamaraty proíbe uso de Facebook para queixas

Para presidente do Sinditamaraty, a estratégia de abafa da cúpula da política externa não funcionou


	Itamaraty: representantes da diplomacia brasileira passaram a apagar até mensagens enviadas entre eles por meio de redes sociais
 (Arquivo/Agência Brasil)

Itamaraty: representantes da diplomacia brasileira passaram a apagar até mensagens enviadas entre eles por meio de redes sociais (Arquivo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2014 às 08h19.

Genebra - Para tentar abafar a crise, assessores do ministro das Relações Exteriores, Luis Alberto Figueiredo, reuniram os jovens diplomatas para deixar claro que a porta do Itamaraty está aberta para quem quiser sair.

Na ocasião, recomendou-se que não usassem o Facebook para reclamar e até que seria visto com maus olhos um incremento do número de diplomatas sindicalizados.

Os representantes da diplomacia brasileira passaram a apagar até mensagens enviadas entre eles por meio de redes sociais, evitam usar o e-mail do ministério para fazer comentários e, informalmente, passaram a criar grupos de contato para debater a crise.

Para Sandra Malta dos Santos, presidente do Sinditamaraty, a estratégia de abafa da cúpula do Itamaraty não funcionou. "Nos últimos três meses, o número de diplomatas filiados ao sindicato dobrou", conta.

"Tivemos mais filiações de diplomatas em dois meses do que nos cinco anos de existência do Sinditamaraty."

"A hierarquia existe para a formulação e execução das funções. Quando se trata de direitos do servidor e de relação de trabalho, o sindicato é o meio legítimo e constitucionalmente reconhecido para a negociação", defendeu.Nos últimos três meses, o chanceler brasileiro se reuniu com o sindicato em uma ocasião, enquanto assessores indicaram aos diplomatas mais descontentes que cada caso seria tratado individualmente.

Um dos principais problemas - o atraso nos pagamentos de aluguéis das casas de diplomatas no exterior - foi solucionado depois que o assunto chegou aos jornais.

Mas a presidente do sindicato alerta que "muitos outros temas preocupantes continuam sem resposta e sem proposta de solução". Entre eles está o fluxo das carreiras do serviço exterior, a regulamentação das 893 novas vagas de oficial de chancelaria criadas em 2012 e a maior transparência dos processos de remoção e de promoção.

"Esperamos que este ou o próximo ministro mantenha aberto o canal de diálogo com o sindicato para que possamos encontrar soluções para os diversos problemas que afetam nossas carreiras", pediu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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