Justiça não decretou a prisão da cunhada de João Vaccari Neto, mas mandou que ela fosse conduzida à Polícia Federal para depor (Tânia Rêgo/ABr)
Da Redação
Publicado em 14 de novembro de 2014 às 15h29.
São Paulo - A Justiça Federal determinou a condução coercitiva de Marice Correa de Lima, cunhada do tesoureiro do PT João Vaccari Neto, apontado na Lava Jato como operador do esquema que levou à prisão o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque.
O Ministério Público Federal chegou a requerer a prisão temporária de Marice sob o argumento que ela teria recebido "valores vultosos em espécie" do doleiro Alberto Youssef "em entrega solicitada pela OAS".
A Justiça não decretou a prisão da cunhada de Vaccari, mas mandou que ela fosse conduzida à Polícia Federal para depor. Alberto Youssef e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa declararam que Vaccari foi o operador da propina na Diretoria de Serviços e Engenharia, que foi comandada por Renato Duque.
Por meio dessa diretoria, eles teriam recebido 2% de todo contrato da Petrobras, segundo as revelações de Youssef e Costa. Segundo afirmou o ex-diretor de Abastecimento em seu depoimento à Justiça, em Curitiba, essa diretoria é controlada pelo PT e fazia todas as licitações das demais diretorias.
Nas diretorias onde o PP (Abastecimento) e o PMDB (Internacional) comandavam, 1% seria para eles e 2% iriam para a diretoria operada por Vaccari.
Nas diretorias de Energia e Gás, onde o PT tinha o comando, segundo as delações, o partido ficava com 3% ao todo. Vaccari também foi ligado ao esquema envolvendo o fundo de pensão dos trabalhadores da Petrobras (Petros). Ele teria ajudado Youssef em investimentos do fundo que deram prejuízo.