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Cunha só poderá negociar com governo na presença de Temer

Determinação foi feita pela presidente Dilma, que considera o deputado seu maior algoz no Congresso e o responsabiliza pela crise com aliados


	Eduardo Cunha: Dilma considera que a responsabilidade sobre os movimentos de Cunha na Câmara são do vice-presidente
 (Valter Campanato/Agência Brasil)

Eduardo Cunha: Dilma considera que a responsabilidade sobre os movimentos de Cunha na Câmara são do vice-presidente (Valter Campanato/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2014 às 17h02.

Brasília - O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), só pode participar de negociações com o governo se estiver acompanhado do vice-presidente Michel Temer, segundo determinação da presidente Dilma Rousseff, que considera o deputado seu maior algoz no Congresso e o responsabiliza pela crise com os aliados.

A determinação, relatada por duas fontes do governo à Reuters sob condição de anonimato, tem por objetivo garantir que os compromissos assumidos pelo líder do PMDB serão cumpridos, já que seriam chancelados por Temer, presidente licenciado da legenda.

Uma das fontes afirmou à Reuters que Dilma considera que a responsabilidade sobre os movimentos de Cunha na Câmara são do vice-presidente, que funcionará como um tutor do líder peemedebista.

A nova dinâmica teve início na segunda-feira. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, havia procurado Cunha para negociar a votação do Marco Civil da Internet na quinta-feira da semana passada, mas a reunião foi cancelada. Dilma, segundo uma das fontes, disse que a negociação só poderia ocorrer na presença de Temer.

Uma nova reunião foi marcada para segunda, com Cardozo, Cunha, Temer e a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

Nesta quinta, para mais uma rodada de negociações sobre a Medida Provisória 627, que altera regras de tributação de multinacionais brasileiras entre outras alterações tributárias, Temer organizou uma reunião com Cunha e o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Cunha, relator da MP 627, tinha negociado o texto com a Fazenda durante semanas desde janeiro, sem dar satisfações a Temer nem a Ideli. Agora, por causa da nova determinação, o vice-presidente foi incluído na mesa de negociações.

Uma das fontes relatou à Reuters que a determinação de Dilma tem a ver com a eleição de Cunha para a liderança da bancada no ano passado. À época, Temer teria garantido à presidente que a cúpula do partido controlaria o deputado, evitando que ele criasse problemas para o governo. Agora, Dilma estaria cobrando a promessa.

Cunha liderou as derrotas sofridas pelo governo nas últimas semanas, aglutinando demais partidos aliados no chamado "blocão" e pressionou o governo por uma melhor interlocução com o Congresso.

Ele também alimentou dentro do partido a discussão sobre a manutenção da aliança nacional do PMDB com o PT para a reeleição da presidente.

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